Edgar Bueno: “Meu grande desafio não é ser melhor que o Paranhos. Meu desafio é ser melhor que o prefeito Edgar Bueno”

Ser melhor que ele mesmo foi nos seus três mandatos anteriores. Este é o desafio que o ex-prefeito Edgar Bueno (Pros) se propõe ao posicionar-se como pré-candidato a prefeito de Cascavel. E ele garante que está com os direitos políticos garantidos pela justiça. 

Nesta entrevista ao Preto no Branco, Edgar não poupa críticas aos seus adversários, em especial ao atual prefeito Leonaldo Paranhos. Edgar observa que se Cascavel figura hoje como a terceira melhor cidade do Paraná isso se deve a construção de muitos anos e não à atual administração. Filiado ao Pros, ele trabalha para construir um grupo forte para enfrentar a campanha eleitoral que se aproxima. 

PRETO NO BRANCO – O senhor já foi prefeito de Cascavel em 3 oportunidades. Agora, novamente se movimenta para concorrer. O que o motiva?

EDGAR BUENO – A gente nunca pensa, mas as coisas vão acontecendo. Quando entreguei a chave para o atual prefeito, desejei a ele um grande mandato, o que seria um benefício para o povo. Mas, na primeira semana já vimos como ele começou a gestão. Uma gestão politiqueira, de mentiras, de inverdades, de falsidade. Logo que começaram a comprar vereador para votar contra as minhas contas, que estavam aprovadas no Tribunal de Contas. A justiça não vai permitir isso, pois não teve dolo, não teve prejuízo ao município, as contas estão certinhas. As coisas vão acontecendo, as pessoas vão te procurando, entidades vão te chamando, amigos, e começa a acender uma brasa que estava apagada. Começa a acender pela vontade da população, que está indignada com as injustiças, das mentiras, da manipulação. Meu grande desafio não é ser melhor do que o Paranhos, não é ser melhor do que essa administração desorganizada, perdida e sem rumo. Meu grande desafio é ser melhor que o Edgar Bueno e é para isso que estou me preparando, olhando cada canto dessa cidade. 

PB – O senhor falou sobre a questão das suas contas. Como está isso no âmbito jurídico? O Edgar não corre risco de ficar inelegível até a eleição?

EDGAR – Não. Isso é um sonho do Pacheco. É um sonho do Paranhos. Porque os dois estão na mesma linha política do Estado. Os dois estão sonhando em me tirar do páreo. Isso é uma bobagem, um sonho, um devaneio. Não vão conseguir. Eu tenho minha negativa do TRE me dando plenas condições de sair candidato.

PB – O PDT o levou a 3 mandatos de prefeito. E de repente o senhor viu o partido ser passado ao Márcio Pacheco. Como o senhor assimilou isso?

EDGAR – Primeiro eu tentei segurar o PDT. Tentei fazer com que a diretoria estadual determinasse uma eleição em Cascavel. Mas, não consegui, porque a combinação lá em Curitiba estava muito forte e tinha muitos interesses por trás da conquista de mais um deputado. Daí entrei na justiça e também não conseguimos. Sabíamos que o interesse lá em Curitiba era maior porque iria entrar na bancada do PDT 106 milhões a mais tendo o terceiro deputado. Daí fui convidado por vários partidos e fui para o Pros porque seria um caminho bom, sem brigas. O Pros abriu as portas pra mim e mostrou que não havia nenhuma contestação da minha ida. 

PB – Este ano não haverá coligação para vereador. Como que o Pros está se organizando neste sentido? 

EDGAR – Temos candidatos suficientes, tanto no número de mulheres, quanto de homens, para poder disputar a Câmara Municipal. Temos muitos candidatos bons, nenhuma estrela, mas com uma média boa de votos, que vai nos dar oportunidades de fazer de 4 a 5 vereadores só do Pros. Temos uma oportunidade muito grande de dar uma melhorada na cara da Câmara Municipal, com qualidade, com pessoas comprometidas. Nós queremos eleger vereador pensando no futuro da cidade, não nos interesses dele. Queremos vereadores que usem bem a sua estrutura, pensando no desenvolvimento de Cascavel.

PB – O senhor acredita que os atuais vereadores não estão usando adequadamente a estrutura que dispõem?

EDGAR – Tem um grupo pequeno de vereadores que tem capacidade, talento, que estudam as matérias, que brigam pelas coisas da cidade, que criticam as coisas erradas. Agora, tem uma série de vereadores que estão só trocando cargo, tem cinco cargos na prefeitura, tem mais os cargos na Câmara. Enfim, não sabem nem o que estão votando, não querem estudar o que estão votando, estão votando naquilo que o patrão manda. Isso tem que mudar. O Brasil está mudando.

PB – Um dos pré-candidatos que o senhor filiou no Pros é o radialista Sérgio Ricardo, polêmico e um crítico ferrenho do prefeito Paranhos. A filiação dele já aponta para linha que o Pros adotará em campanha? 

EDGAR – É uma linha que vai ter coragem de falar a verdade, que vai desmascarar muitas mentiras. É uma linha que não vai ter medo de enfrentar essa máquina poderosa que vem por aí contra nós pra nos esmagar. É uma linha madura. Nós temos que ter esse discernimento de fazer um comparativo à população, sem raiva, sem revanchismo. Não é uma guerra. É uma disputa. Ganha quem tiver o maior número de votos. Só tem lugar pra um. Só um vai ganhar. Então, seja quem for, que ganhe com propostas limpas, ganhe com honestidade.

PB – Com que partidos que o Pros está conversando?

EDGAR – Nós temos o Pros, o PSDB, o PSL, partido que elegeu o Bolsonaro. Temos a possibilidade de trazer mais duas ou três siglas, mas que ainda não vou falar, porque isso poderia atrapalhar.

PB – O grande número de pré-candidatos a prefeito não facilita as coisas para a reeleição do próprio Paranhos?

EDGAR – Há um ano tinha 15 pré-candidatos. Depois só tinha 10. Mas, hoje não sei se sai mais do que 5. Eu gostaria que saíssem. Uma nova liderança que se cria e não se dá o caminho da escada para ela amadurecer, faz bobagem. Isso já aconteceu em Cascavel. Agora aconteceu de novo. 

PB – O senhor já foi pedra e já foi vidraça em eleição municipal. O que é mais conveniente numa eleição?

EDGAR – Você tem que estar preparado. Ninguém gosta de apanhar, mas tem que ter maturidade, firmeza, caráter, objetivo, para aguentar a paulada. Nem sempre a paulada é justa. 70% da crítica pesada é injusta e vem por outros interesses escusos. E é preciso cuidar muito com o elogio. Ele te faz pensar que você é o bom, é o melhor. Tem que compreender que você não é nada mais do que um cidadão que está num cargo representando a população. Se começar a acreditar nestes elogios começa o governo decadente, porque a vaidade sobe na cabeça das pessoas. Eu já vi isso em Cascavel. Eu preparei meu couro para apanhar e preparei minha cabeça para filtrar os elogios, que nem sempre são verdadeiros.

PB – Qual é a maior carência de Cascavel na atualidade? O que deverá ser o principal tema em debate na campanha que se aproxima?

EDGAR – Cascavel é uma cidade exemplo para o Brasil. Nós estamos em terceiro no Paraná. Você acha que estamos em terceiro lugar por causa de dois anos e meio de desadministração? Não. Estamos em terceiro lugar porque estamos construindo isso lá de trás. Vem lá do Tolentino, Salazar, Lísias, Edgar Bueno. E todo esse conjunto de esforços foi acontecendo para elevar Cascavel neste grande patamar brasileiro. Agora, achar que Cascavel começou há 3 anos é uma vaidade exarcebada, isso é uma mentira, que ofende no ouvido do cidadão. Cascavel será uma das cidades mais importantes do Brasil e do Paraná graças ao esforço de cada um. Se você pegar os itens que levaram Cascavel ao terceiro lugar, 80% é da nossa administração. Cascavel tem problemas de emprego. A cidade precisa se modernizar. Eu criei 6 núcleos industriais. Tem um só que dá quase 15 mil empregos. E não vi mais criar nenhum. Nós temos que preparar o município para ter renda. É nas inovações que temos que pensar. Outro assunto muito sério é cuidar da educação, não deixar faltar merenda como tava faltando agora. Ter as escolas bem cuidadas e limpas. E nós temos um outro gargalo, que é a saúde. Do jeito que esculhambou a saúde em Cascavel, sem gastar nenhum centavo a mais dá pra melhorar de 35 a 40% aquilo que se faz hoje, só com uma gestão responsável, sem mentira, sem demagogia. Logicamente que vamos ficar atentos onde vamos buscar mais dinheiro para atender a saúde, o cidadão. A população precisa ser respeitada. No meu governo, a partir do ano que vem, será montada uma equipe competente, profissional que tenha humildade suficiente para atender a população. Secretário do nariz empinado, que não dá a devida atenção à população, não vai durar 30 dias.

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