Hudson Moreschi foi eleito vereador de Cascavel pelo Podemos, obteve 2.346 votos em sua segunda tentativa de chegar à Câmara. E, desta vez, deu certo. Em entrevista ao podcast “Batendo o Guizo”, do jornal Preto no Branco, ele destacou as principais bandeiras que pretendem defender na nova legislatura. Entre elas estão a assistência social, os servidores públicos, a saúde mental e a agricultura familiar. Hudson, que já atuou como secretário de Assistência Social por oito anos, acredita que sua experiência e o apoio de uma equipe forte foram fundamentais para o resultado expressivo nas urnas.
Com a nova composição da Câmara e o início de um governo sob a liderança de Renato Silva, Hudson ressaltou a importância do diálogo entre os vereadores e a administração municipal. Ele se comprometeu em buscar sempre a construção coletiva de políticas públicas e o fortalecimento das ações voltadas para as áreas sociais e de saúde.
Preto no Branco: Hudson, essa é a sua segunda eleição. Na primeira vez, em 2020, você fez 800 votos. Agora, obteve 2.346 votos. A que você atribui esse crescimento significativo?Hudson Moreschi: Acredito que esse salto foi resultado de um aprendizado após a primeira eleição, quando percebi que era necessário constituir um grupo forte. Na primeira campanha, eu tinha uma visão mais individualizada, mas, desta vez, contamos com uma equipe de voluntários que foi para as ruas como multiplicadores. Isso permitiu que chegássemos a esse número expressivo de votos.
Preto no Branco: Quais serão as principais bandeiras que você pretende defender na Câmara?Hudson: Durante a campanha, defendi a assistência social, que é a minha bandeira principal, pois estive nessa área por 18 anos, sendo os últimos oito como secretário. Além disso, estarei defendendo a valorização dos servidores públicos municipais, a saúde mental, devido à crescente demanda por questões de ansiedade, depressão e abuso de álcool e drogas, e também a agricultura familiar, pois vejo que essa área precisa ser mais prestigiada no poder público. Essas são as quatro principais bandeiras que iremos trabalhar com muito afinco, sem esquecer de outras pautas importantes como educação, cultura, esporte e habitação.
Preto no Branco: Houve algum apoio da administração municipal durante sua campanha? Como foi sua relação com o partido e a administração?Hudson: Sim, sou do Podemos, que tem origem no PSC, partido pelo qual fui candidato em 2020. Durante o processo eleitoral, houve uma situação envolvendo uma aliança entre o Podemos e o Progressista, e isso trouxe algumas questões internas. Recebemos uma notificação do partido a nível regional por infidelidade, mas o próprio presidente estadual nos garantiu liberdade para escolher qual candidato a prefeito apoiar. Desde o início, deixei claro meu apoio ao Renato Silva, mantendo minha posição e sem descumprir nada combinado.
Preto no Branco: E qual é a sua expectativa com relação à nova administração de Renato Silva e Henrique Mecabo?Hudson: Espero que o Renato Silva tenha muito sucesso e sabedoria, assim como toda a sua equipe. Ele terá um grande desafio de substituir o atual prefeito, Leonaldo Paranhos, que consideramos um dos melhores prefeitos que Cascavel já teve. Acredito que boa parte do secretariado será mantida, mas é necessário fazer algumas mudanças para oxigenar a administração e dar continuidade ao trabalho realizado. O Henrique, vice-prefeito, é um jovem muito capacitado, com grande experiência e conhecimento, e estou confiante de que fará um ótimo trabalho.
Preto no Branco: Se surgir um convite para integrar o secretariado, você aceitaria ou pretende se manter na Câmara?Hudson: Tenho um compromisso com os 2.346 eleitores que acreditaram no meu trabalho. Minha expectativa é ser vereador e colaborar com a legislatura. Contribuí muito como secretário de Assistência Social, e foi uma experiência que me trouxe grande aprendizado, mas agora busco novos desafios. Estou focado em realizar um grande trabalho na vereança.
Preto no Branco: Você traz consigo a saúde mental como uma das suas bandeiras. Como pretende atuar nessa área?Hudson: A saúde mental é um grande drama para as famílias de hoje, especialmente em relação a problemas como ansiedade, depressão e uso de álcool e drogas. Pretendo fortalecer as políticas públicas para essa área, oferecendo suporte e alternativas para quem precisa de ajuda. É uma pauta complexa, mas necessária, e que exige muita atenção do poder público.
Preto no Branco: E sobre o diálogo com a administração municipal, como você pretende se posicionar?Hudson: Sou um favor do diálogo. Quando uma pauta for construída, espero ser convidado a participar desde o início, para opinar e contribuir antes de qualquer projeto que chegue à Câmara. Estou à disposição para trabalhar em conjunto, desde que as políticas estejam alinhadas às necessidades da população. Para mim, a construção coletiva é fundamental para a evolução de qualquer política pública.
Preto no Branco: Como você avalia a estrutura deixada na Secretaria de Assistência Social, área em que você atuou por tanto tempo?Hudson: Fizemos um grande avanço na política de assistência social. Ampliamos o orçamento de R$ 35 milhões para R$ 75 milhões, contratamos novas equipes e estruturamos a secretaria com novas unidades. Ainda há desafios, mas acredito que é uma secretaria que está organizada para que o próximo gestor possa dar continuidade e avançar ainda mais.
Preto no Branco: Para encerrar, a questão dos moradores de rua em Cascavel é bastante comentada. Como você enxerga esse problema?Hudson: O atendimento às pessoas em situação de rua é um dos serviços mais complexos que o poder público enfrenta, porque, apesar de oferecermos diversas ferramentas e alternativas, depende exclusivamente da pessoa aceitar ajuda. É uma situação delicada e difícil, que envolve questões sociais e de saúde. Continuarei trabalhando com essa pauta, pois acredito que é possível melhorar as políticas de atendimento e ressocialização dessas pessoas.
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