Excesso de chuva traz preocupação ao campo

Quando acorda para trabalhar, por volta das 6 horas, o agricultor Mario Dias já fica preocupado. Depois de uma estiagem severa, que prejudicou o campo, a lavoura de soja passa agora por outro perrengue: o excesso de chuva. 

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Segundo ele, que conseguiu plantar mais cedo, cerca de 70% da área próxima a Corbélia ainda precisa ser colhida e, mesmo que no dia não chova, é preciso que o clima fique estável por pelo menos três dias. “A agricultura sofre muito com a questão do clima. Primeiro tivemos dificuldade com o desenvolvimento da planta porque não chovia. Agora precisamos colher e não conseguimos”.

E a previsão, conforme o Simepar, não é das mais animadoras. De acordo com o meteorologista Leandro Jacóbsen, a previsão para os próximos dias não é das mais animadoras. “A meteorologia trabalha com um período seguro de três a cinco dias e, neste período, não há previsão de sol forte. Na área de Cascavel o clima ficará como está durante essa semana, chuvas espaças ao longo do dia, com algumas pancadas mais fortes no período da noite”. Segundo ele, o Sistema prevê sol apenas no sábado, dia 6 de fevereiro. “Tradicionalmente esse é o período de chuvas e deve seguir por pelo menos mais 15 dias.”.

Em relação a safra como um todo, conforme o economista do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Marcelo Garrido Moreira, as chuvas ocorridas ao longo do mês de janeiro beneficiaram as lavouras de soja. “Segundo dados do dia 20 de janeiro, fornecidos pelo Deral – Iapar – Emater, existia água disponível em todo solo do Paraná. Isso foi favorável para a planta, mas por outro lado dificultou o acesso dos produtores às lavouras”. 

Segundo ele, a colheita de soja deve ganhar ritmo a partir de fevereiro, se as condições climáticas forem propícias. “No último levantamento feito no fim de semana passado, detectamos que 83% das lavouras de soja, que é o cultivar mais plantado na época no Estado, está em boas condições; 14% está em condições médias e apenas 3% ruins”. A previsão é de que o Paraná colha mais de 20 toneladas de soja.