“Eu vejo o Floresta muito maior e muito melhor daqui 40 anos, e eu farei parte disso”. A frase é do pequeno Bennjamin de Lima Pereira, de apenas 7 anos. Pequeno no tamanho, mas grande nas ideias, ao lado da avó, Anita de Lima, ele disse que já sabe o quer ser. “Quero ser médico do Exército, para ajudar todas as pessoas”.
Assim como Bennjamin, muitos moradores do Floresta comemoram o crescimento do bairro que, com uma população de mais de 15 mil habitantes, por dia mais de 50 mil pessoas passam pelas ruas de um dos maiores bairros (se não o maior) de Cascavel.
À frente da Associação de Moradores, o presidente José Ternoski, foi um dos primeiros habitantes do Floresta. “Quando eu cheguei aqui, em 1979, só tinha meia dúzia de casas, não tinha nada. Vi tudo isso surgir, crescer”.
Ele conta que ao chegar na região norte, um terreno, por exemplo, era preço de banana. “Eu tinha um Chevette velho e várias pessoas me pediam se eu não queria trocar por uma casa. Hoje, um terreno aqui é muito valorizado, não se acha mais nada bom por menos de R$ 150 mil”.
Um dos pontos mais positivos do Floresta, segundo José, é a comodidade. “Aqui tem de tudo, temos vida própria. Têm redes de supermercados, bancos, lojas grandes, franquias, postos de combustíveis. Se quiser, a pessoa não precisamos sair do Floresta pra nada”.
E essa comodidade toda é partilhada também pelo Bennjamin, que disse circular pelo bairro tranquilamente. “Em menos de três quadras eu vou com minha mãe no mercado, na escola, por todo lado”.
Êxodo: Moradores da região usufruem do bairro

Quem circula pelas ruas do Floresta, em poucos minutos já percebe o movimento constante. Aí vem aquela pergunta: mas será que só tem 15 mil habitantes? Acredita-se que sim. Porém o que ocorre é que muitos moradores dos bairros vizinhos (Sanga Funda, Riviera, entre outros) acabam se deslocando para o Floresta para trabalhar, estudar, ter saúde.
“Nesses bairros, por exemplo, tem unidade de saúde, mas como é difícil conseguir consulta, eles acabam vindo até aqui porque deve ter mais médicos ou pela comodidade, por já conhecer o local, ainda não sabemos o motivo certo”.
E, paralelo a esse êxodo visto diariamente, um problema retornou ao Floresta. Se quando da implantação da UPS (Unidade Paraná Seguro) Norte, lá em 2012, houve uma queda considerável nos índices de crimes como homicídios, furtos, roubos, agora com a chegada desses moradores de outras partes da cidade a criminalidade aumentou. Prova disso são os inúmeros casos de vandalismo, o alto consumo de drogas. “Esses dias, inclusive, cheguei na associação e tinha alguns adolescentes, de 12 ou 13 anos, fumando maconha e crack à luz do dia. Não temos o que fazer infelizmente. Dependemos exclusivamente do Poder Público para que olhe com carinho para o Floresta”.
O lado bom e ruim
De acordo com o presidente do bairro, o lado comercial do Floresta é um dos principais pontos positivos. “Quando cheguei aqui jamais imaginei que ia ficar assim. A cada ano víamos isso crescer, construírem mais casas, implantar comércio. Hoje até extensão da Associação Comercial, por exemplo, temos aqui na região norte e isso é extremamente positivo”.
Além do comércio, a qualidade de vida é vista com bons olhos. “Como todo local temos problemas, mas temos espaços destinados ao lazer, como, por exemplo, a quadra de esportes da Associação, que reformamos e hoje é palco de uma escola de futebol que queremos ser berço de grandes craques”.
Mas, como nem só de rosas vive-se um jardim, ou uma floresta no caso, os moradores também encontram algumas dificuldades. “Assim como outras unidades de saúde de Cascavel, do Paraná e do Brasil, as pessoas precisam madrugar para conseguir uma ficha para atendimento. Ginecologista, por exemplo, não tem e até onde eu sei não há previsão de contratação”.
O principal problema, segundo ele, é a segurança, ou a falta dela. “Quando eu assumi a presidência do bairro, há mais de dois anos, reformamos o espaço onde tinha um módulo policial e está desativado. Na época, a promessa tanto por parte da Polícia quanto da Prefeitura, era de que equipes fariam a segurança 24 horas. Sabemos que a PM não tem efetivo suficiente, mas a Guarda Municipal teria, tanto que no último concurso foi falado que viriam guardas para cá. Até agora nada”.
Segundo ele, a última proposta feita é de que, quando da entrega da reforma da escola, tudo seja entregue. “O posto de saúde o deputado Frangão veio aqui e disse que estava repassando mais de R$ 1,7 milhão para reforma e ampliação. O que fizeram com esse dinheiro não sei, mas aqui arrumaram pouca coisa e fizeram uma pintura”, reclama.
Enquete
O Preto no Branco conversou com alguns moradores do Floresta para saber o que tem de bom e o que precisa melhorar no bairro. Confira:
Nasci no Floresta e aqui pra mim é o melhor bairro da cidade. A única coisa que precisamos, infelizmente é mais segurança
Mateus Santana, morador do Floresta
Não sei se tem algo ruim aqui não. Pra mim, que moro no Floresta há mais de 30 anos está tudo excelente
Lurdes Quoratto, moradora do Floresta
Sempre fui muito bem atendida aqui, principalmente no posto. As pessoas reclamam, mas têm que entender que precisam esperar
Anita de Lima, moradora do Floresta
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