Gaza tem cheiro de morte, corpos em valas comuns e cirurgias sem anestesia

Ao menos 10.584 prédios da Faixa de Gaza foram atingidos desde o início da contraofensiva israelense

Na Faixa de Gaza, o quadro é de desolação um mês após o início dos conflitos entre Israel e o Hamas, organização designada como terrorista por diversas nações. O território palestino, densamente povoado com cerca de 2 milhões de habitantes, testemunhou mais de 10 mil construções atingidas nos primeiros oito dias. 

AS PRINCIPAIS NOTÍCIAS PELO WHATS: ENTRE NO GRUPO. TAMBÉM ESTAMOS NO TELEGRAM: ENTRE AQUI. SIGA-NOS NO GOOGLE NEWS 

“Havia apenas o cheiro de cadáveres e pólvora”, relatou Ameen Abed, de 35 anos, ao jornal americano The New York Times, após os ataques aéreos que destruíram na última semana o bairro densamente povoado de Jabaliya.

Os militares israelenses disseram que haviam matado um líder do Hamas que ajudou a planejar o ataque de 7 de outubro que vitimou mais de 1.400 pessoas em Israel e que o bombardeio havia atingido uma rede de túneis do grupo armado palestino que, segundo eles, estava sob a área residencial. Ataques aéreos como esse deixaram mais de 10 mil mortos na região. Na cidade de Gaza, localizada na porção norte do território, dezenas de corpos chegaram a ser enterrados em valas comuns.

Lotados, os hospitais sofrem com a falta de insumos e equipamentos para atender as mulheres, homens e, principalmente, as crianças vítimas do conflito. Cerca de 4,1 mil mortos na Faixa de Gaza são menores de idade, segundo a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Metade da população de Gaza não tem 18 anos.

“A situação nos hospitais é miserável… De fazer você chorar. Não há equipamentos, as pessoas ficam amontoadas umas em cima das outras”, disse ao canal de televisão CNN, Rajaa Musleh, uma mulher de 50 anos que atua como representante da instituição de caridade de saúde MedGlobal.

No Hospital al-Shifa, segundo Musleh, amontoam-se pessoas e lixo ao longo dos corredores. Moradores de Gaza, explica ela, acreditam que as unidades de saúde são locais mais seguros em meio aos ataques aéreos.

“O cheiro da morte está por toda parte. O cheiro de sangue está por toda parte”, acrescentou ela.

As equipes médicas seguem dias trabalhando sem parar, segundo profissionais de saúde palestinos. É o caso de Alaa Shitali, que trabalha na emergência do al-Shifa.

A ONG Médicos do Mundo denunciou que os cirurgiões da Faixa de Gaza têm que “operar no chão” e realizar cesáreas e amputações “sem anestesia” por falta de material. A falta de medicamentos afeta diferentes tipos de tratamentos.

“Resta aos médicos tratar os pacientes com um controle limitado da dor, (pois estão) ficando sem medicamentos anestésicos. Não temos antibióticos suficientes para tratar infecções de feridas”, disse também a médica Tanya Haj-Hassan, dos Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Fonte: Fonte não encontrada

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *