Gráfico sugere quadro menos alarmista do avanço da covid-19

O gráfico considera o percentual diário de aumento do número de casos, sempre em relação ao dia anterior.

Em tempos de coronavírus são milhares de pessoas que emitem opiniões e traçam perspectivas a respeito do avanço da pandemia e dos seus danos, tanto no que tange à saúde quanto à economia. Geralmente as análises são feitas a partir da curva de evolução do número de casos ou de mortes e do simples acúmulo de casos ao longo da linha do tempo.

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O empresário rondonense Paulo Ivando Kempfer, que sempre atuou na área de contabilidade, estatística e sistemas de informação, elaborou e compartilhou nas redes sociais, um gráfico sob uma outra perspectiva, que permite um olhar menos alarmista e bem mais otimista. Com base em cálculos matemáticos simples, ele considerou o percentual diário de aumento do número de casos, sempre em relação ao dia anterior. 

Kempfer observa que o avanço da epidemia não pode ser medido simplesmente por cálculos matemáticos, pelas muitas variáveis que existem e influenciam na doença. Mas, no seu entendimento, também a matemática e a estatística devem ser considerados pelas lideranças na hora de tomadas de decisões que influenciam a vida das pessoas em meio a pandemia. 

O Preto no Branco ouviu o empresário rondonense sobre a análise matemática que fez do avanço da pandemia a nível mundial. Acompanhe:

PRETO NO BRANCO – O que representa a linha do gráfico que você elaborou? Como chegou a este desenho?

PAULO KEMPFER – O gráfico demonstra o aumento percentual de um dia para outro, tive a ideia de fazer o gráfico porque se olharmos os números absolutos no quantitativo ficamos assustados, enquanto a relação porcentual nos apresenta a força de crescimento real da pandemia.

PB – O gráfico sugere que o pior da pandemia foi no final de março. Mas, até então não havia 1 milhão de casos no mundo. Em semanas dobrou esse número e hoje são mais de 2 milhões de casos. Não há um conflito entre os números e o gráfico?

PAULO – Inicialmente vemos que o aumento foi relativamente baixo, até o dia 10 de março ele era menos de 4% ao dia. Entre os dias 18 e 28 de março o aumento diário foi superior a 10%.  Podemos perceber que no dia 18 de havia 218.843 casos e no dia 28 já havia 663.805, ou seja, nesses 10 dias o número de casos mais que triplicou. Considerando outro período, 01 de abril até 10 de abril o número de casos nem chegou ao dobro.

PB – Qual é a interpretação positiva que o seu levantamento indica?

PAULO – É apenas uma análise de números e não leva em consideração outros fatores e outras variáveis, e por ela a perspectiva é bem otimista, lembrando que esses números são mundiais.

PB – Na sua opinião, é possível prever o avanço de uma doença apenas com índices matemáticos? Ou representa apenas um indicativo lógico?

PAULO – Não é possível, pois muitas variáveis entram em jogo. Porém os indicativos lógicos como este podem ajudar a evitar decisões desastrosas de várias áreas do poder. Uma pena que muitos não incluem este tipo de análise no momento de decidir.

PB – É possível aplicar essa metodologia também para avaliar a evolução dos casos no Brasil e da própria região?

PAULO – É possível monitorar os casos e usar essas informações para tomar as decisões. Penso que é um engano achar que apenas determinados profissionais devam ser os donos da verdade e decidir com base em perspectivas alarmistas ou com base em perspectivas otimistas demais. Essa situação é séria e multidisciplinar. Agora muitos estão reconhecendo o erro que aconteceu no Brasil, pois tomaram a decisão de fechar tudo sem nenhum caso concreto na grande maioria dos municípios pequenos, enquanto que, ao que parece, o melhor seria ter feito um monitoramento e um fechamento gradativo e regional, conforme fosse necessário. A epidemia se alastrou da mesma forma nos grandes centros e continua pífia nesses outros locais. Acredito que muita gente decidiu vendo televisão e internet, e analisando a “Itália” e não olhando para a situação da sua cidade.

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