Thomas Sowell, em Os Intelectuais e a Sociedade, descreve a tamanha ignorância com que a Intelligentsia analisa os acontecimentos diários de uma nação. Presos a um campo de linguagem que não transcrevem os fatos, mas o abstracionismo de suas ideias, falam apenas para seu grupo sem nunca assumir as consequências dessas ideias desastrosas. O abismo entre o mundo deles e o cotidiano das pessoas de carne e osso, jamais se viu parecido.
Em uma realidade cujos acontecimentos mundanos lhes são desconhecidos, veem-se no direito de opinar pautados em cima de uma chamada razão acadêmica. É evidente que essa maneira de perceber o mundo os impedem de analisar toda a trama que se desenrola nas relações humanas do cotidiano. Nas telas das televisões e nas capas dos jornais, diariamente nos deparamos com certos ungidos: “nós, os iluminados, sabemos; vocês, simplistas, fiquem quietos”. Acontece que tal pensamento, em momento algum, traduz o mundo das relações cotidianas – onde homens de carne e ossos cuidam dos seus negócios, solidarizam-se com o próximo, reúnem-se em famílias – ao contrário, torna evidente a ignorância dos próprios iluminados.
Uma característica notável da Intelligentsia, é a distorção dos termos e a insistência em empregar chavões ideológicos para corroborar a estupidez do grupo. Para o leitor atento, basta correr os olhos em qualquer artigo ou parar para ouvir os analistas e lá estão: “democracia”, “espectro político eleitoral”, “instituições democráticas”, “união dos poderes”, “sociedade justa”, “direito das minorias”, e assim por diante. O que todo esse repertório quer dizer? Nada. Serve apenas para enfeitar um discurso, que, por si só, é deformado na base: a realidade das coisas não se dá por meio de simples jargões.
Ao agir dessa maneira, colocam-se como guias para os males que afetam a vida de milhares de pessoas, sem nunca levar em conta a condição trágica do ser humano na existência. A solução pela abolição dos preconceitos, das injustiças com as minorias, pela luta dos direitos humanos, pelo fim da pobreza, está nessa psicologia disforme, onde a participação na “causa” os elevam a salvadores do mundo: não se veem como alguém que leva a vida baseada numa tradição milenar, mas transcendem esse conjunto de crenças. Se, por outro lado, falham nesse projeto sublime e são expostos ao ridículo, os fatos concretos pouco lhes importam. Donos de uma vaidade intocável e presos a uma compaixão de si mesmos, são como sonâmbulos em meio a escuridão da autoimagem proclamada.
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