
A Associação das Micro e Pequenas Empresas do Paraná (AMIC) está prestes a celebrar quatro décadas de dedicação incansável ao desenvolvimento empresarial e comunitário. Sob a gestão do presidente Jovane Borges, a entidade vem ganhando ainda mais projeção, pela inovação, representatividade e um olhar atento às necessidades do micro e pequeno empresário.
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Jovane Borges está em Cascavel desde 1976, quando tinha apenas 10 anos de idade. Formado em Ciências Contábeis e Direito, ele administra um escritório de contabilidade desde 1989. Sua relação com a AMIC é longa, já tendo ocupado diversos cargos em algumas diretorias anteriores até ser eleito presidente em 2023.
Nesta entrevista exclusiva ao Preto no Branco, o presidente compartilha sua visão, os desafios e as expectativas para o futuro da AMIC e de Cascavel. Ele expressa seu desejo por governos que facilitem o empreendedorismo, reduzindo burocracias e cargas tributárias, e por uma Cascavel que invista mais em industrialização e turismo, aproveitando seu potencial para gerar emprego e crescimento.
Preto no Branco: Na gestão passada a AMIC inaugurou sua nova sede. O que esta sede representa para a entidade?Jovane Borges: A nova sede é um marco de respeito e representatividade, não apenas para Cascavel, mas para todo o Paraná e além. É uma das melhores sedes da América do Sul. Simboliza o avanço e o fortalecimento da AMIC como a maior associação do segmento no Brasil e na América do Sul, com 2.000 associados.
Preto no Branco: Como a nova sede contribui para o conforto e a oferta de serviços aos associados?Jovane Borges: A nova sede amplia significativamente o conforto para todos os nossos associados e funcionários. Com sala de treinamento, conseguimos acomodar um grande número de participantes em nossos cursos, garantindo uma experiência de aprendizado de alta qualidade. Além disso, criamos um ponto de atendimento em parceria com o Sebrae, focado em micro e pequenas empresas, e oferecemos serviços como certificação digital e consultas Serasa. Isso tudo sem mencionar o ambiente confortável que proporcionamos aos nossos 18 funcionários, que são peças chave em nosso funcionamento.
Preto no Branco: Quais os principais desafios que você enfrenta como presidente?Jovane Borges: Os desafios são manter e ampliar nosso quadro de associados e parceiros, sempre buscando melhorar os serviços e benefícios oferecidos aos nossos membros. A AMIC garante descontos aos associados e ao mesmo tempo segurança aos parceiros.
Preto no Branco: E a sua diretoria? É comprometida e contribui com a gestão?Jovane Borges: A diretoria da AMIC tem desempenhado um papel extraordinário, com participação recorde em nossas reuniões, refletindo o comprometimento de todos. Isso garante que as decisões sejam tomadas com base em um amplo consenso, envolvendo não apenas a diretoria mas também a equipe operacional, para que as iniciativas reflitam verdadeiramente as necessidades dos nossos associados. Esse é um pilar da nossa liderança, promovendo um ambiente de colaboração e inovação.
Preto no Branco: Pode nos falar sobre os benefícios oferecidos aos associados?Jovane Borges: Oferecemos uma gama de serviços, desde assessoria até descontos em serviços médicos e laboratoriais, buscando ser o elo entre os associados e os fornecedores de serviços.
Preto no Branco: Quem pode se tornar um associado da AMIC?Jovane Borges: Qualquer pessoa jurídica ou autônoma com CNPJ, inclusive agricultores e MEI, podem se associar. Temos diferentes faixas de contribuição, adaptadas ao porte de cada negócio.
Preto no Branco: Este ano a AMIC completa 40 anos. Como a entidade tem evoluído ao longo dos anos?Jovane Borges: A AMIC tem buscado a excelência no serviço aos associados, conquistando respeito não só da sociedade mas também dos poderes constituídos. A entidade é ativa no cenário político e econômico, buscando sempre representar e defender os interesses dos micro e pequenos empresários. Sempre somos acionados para indicar pessoas para compor conselhos, não só no município, mas também em nível estadual e nacional.
Preto no Branco: Mas como se dá essa representação estadual e nacional?Jovane Borges: A AMIC tem uma presença significativa em órgãos de representação das micro e pequenas empresas. Na FAMPEPAR (Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná), contamos com a Sônia, nossa ex-presidente, como vice-presidente. E na CONAMPE (Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais), tenho a honra de participar do conselho fiscal. Essa inserção nos permite ter voz ativa em discussões de nível estadual e nacional, influenciando políticas públicas e decisões que afetam diretamente o nosso segmento.
Preto no Branco: E como essas relações beneficiam a AMIC e seus associados?Jovane Borges: Através dessas participações, conseguimos trazer para nossos associados uma visão ampliada do cenário empresarial, além de acesso direto a políticas e iniciativas que podem beneficiá-los. Recentemente, por exemplo, fui convidado a um encontro em Brasília com o ministro da Micro e Pequena Empresa, reforçando o reconhecimento da AMIC no cenário nacional e abrindo portas para diálogos importantes sobre o futuro do nosso setor.
Preto no Branco: A AMIC também possui parcerias importantes com o Sebrae e a Fomento Paraná. Como essas colaborações beneficiam os associados?Jovane Borges: A parceria com o Sebrae tem sido fundamental. Recentemente, reativamos nosso convênio, fortalecendo o apoio às micro e pequenas empresas. Essa relação ganhou ainda mais força com a eleição do Ercílio Santinoni como presidente do Sebrae Paraná, o que nos abriu espaços ainda maiores. Prova disso foi nossa conquista do Selo Ouro de Atendimento, reconhecimento da nossa excelência no suporte às empresas associadas, pelo segundo ano consecutivo.
Preto no Branco: E com relação a Fomento Paraná?Jovane Borges: Quanto à Fomento Paraná, a parceria se foca em oferecer suporte financeiro, especialmente em tempos de crise. Recentemente, foram lançadas linhas de crédito emergenciais com condições facilitadas, como juros reduzidos e sem necessidade de garantias imobiliárias, uma grande vantagem para nossos associados que precisam de apoio financeiro sem a burocracia usual.
Preto no Branco: Existem novidades nos serviços oferecidos, como um novo modelo de convênio de saúde?Jovane Borges: Sim, estamos modernizando nosso sistema de saúde para os associados, migrando para um sistema digital e via aplicativo, eliminando a burocracia e agilizando os processos, o que representa um grande avanço. A AMIC define um limite de convênio para o associado e este, por sua vez, divide o seu limite entre seus funcionários. Além de agilizar todo o sistema, diminui a inadimplência.
Preto no Branco: A AMIC é uma entidade concorrente da ACIC?Jovane Borges: Embora tenhamos públicos semelhantes, não nos vemos como concorrentes, mas como parceiros. Trabalhamos juntos em várias iniciativas para beneficiar o empresariado de Cascavel e região. A diferença é que as nossas ações são pautadas principalmente nas demandas das micro e pequenas empresas, além do MEI.
Preto no Branco: Um dos eventos desenvolvidos pela AMIC não tem nada a ver com a área empresarial. Me refiro ao Caminhos Terra do Sol. Por que a AMIC desenvolve essa ação?Jovane Borges: É uma forma de integrar a AMIC com a comunidade, promovendo saúde, bem-estar e até mesmo espiritualidade entre os empresários e a população em geral. Tradicionalmente, realizamos o Caminho Terra do Sol de Cascavel a Boa Vista. Recentemente, recebemos uma sugestão empolgante: organizar uma cavalgada no sentido contrário, ou seja, de Boa Vista a Cascavel. Estamos animados com essa ideia e planejamos realizar ambos os eventos. A cavalgada está prevista para maio, como um evento adicional que complementa nossa agenda. Além disso, estamos considerando ajustar a data do Caminho Terra do Sol para novembro, evitando assim o conflito com a Festa Padroeira em outubro, que limita a participação de muitos interessados. A ideia é aproveitar o feriado de novembro para engajar mais participantes nessa caminhada que tem se tornado um marco para a comunidade.
Preto no Branco: Com as eleições se aproximando, a AMIC planeja repetir a iniciativa de entrevistar candidatos como fez em 2020?Jovane Borges: Sim, estamos com um projeto em desenvolvimento para este ano eleitoral. Buscamos retomar a prática de envolver os candidatos em um diálogo com nossos associados. Estamos, inclusive, considerando trazer de volta o responsável pela condução desse projeto em eleições anteriores. A ideia é oferecer ao nosso público a chance de conhecer melhor as propostas voltadas para o micro e pequeno empresário, reforçando a importância do voto consciente. Nosso objetivo é promover uma campanha de conscientização sobre a importância do voto, destacando temas relevantes para o setor empresarial, sem nos alinharmos a nenhum partido ou candidato em específico.
Preto no Branco: A AMIC está comemorando 40 anos. Como planejam marcar essa data tão emblemática? Vai ter festa?Jovane Borges: Embora seja uma data emblemática, queremos celebrá-la de maneira que respeite a essência da AMIC e o perfil dos nossos associados. Entendemos que muitos preferem benefícios diretos a uma grande festa. Assim, planejamos um evento modesto, alinhado com nossos valores e que reconheça a contribuição dos associados sem onerá-los financeiramente. A prioridade sempre será oferecer valor real aos nossos membros, seja através de descontos, palestras gratuitas ou outros benefícios tangíveis.
Preto no Branco: Olhando para o futuro, após 40 anos de história, o que você espera para os próximos 40 anos da AMIC e do ambiente empresarial no Brasil?Jovane Borges: A expectativa é que os governos, em todos os níveis, possam facilitar a vida dos empreendedores, reduzindo a burocracia e a carga tributária que tanto pesa sobre nós. Apesar dos esforços em simplificar processos, a realidade é que os impostos continuam crescendo, e a volta do pedágio é apenas mais um exemplo das dificuldades que enfrentamos. Espero que os futuros governos reconheçam a importância das micro e pequenas empresas na geração de renda e empregos, e trabalhem para apoiá-las mais efetivamente. Além disso, sonho com um empresariado cada vez mais independente e capacitado, especialmente no que diz respeito ao alfabetismo digital, algo fundamental na era atual.
Preto no Branco: E sobre Cascavel, com uma nova gestão começando no próximo ano, quais são suas esperanças para a cidade?Jovane Borges: Acredito que Cascavel tem um potencial enorme para crescer ainda mais, especialmente se investir na industrialização e no desenvolvimento de parques industriais. Nos últimos anos, sentimos como se o progresso nesse sentido tivesse parado. A futura administração municipal tem uma grande oportunidade de incentivar esse crescimento, facilitando a infraestrutura, oferecendo isenções tributárias e, talvez mais importante, integrando esses espaços industriais com habitação acessível. Isso não apenas gera empregos, mas também beneficia o governo, reduzindo custos em transporte e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Além da indústria, vejo o turismo como uma área sub-explorada em Cascavel. Com exemplos de sucesso em outras cidades, por que não desenvolver mais nossos atrativos naturais e culturais, como o Lago Municipal e novos parques aquáticos?
Preto no Branco: Como a AMIC se posiciona em relação às políticas públicas e ao desenvolvimento local?Jovane Borges: A AMIC tem um papel ativo nos conselhos municipais, buscando sempre representar os interesses coletivos. Nosso envolvimento no debate sobre o Mercado Municipal é um exemplo de como interagimos positivamente com as políticas públicas, sempre visando o benefício da comunidade empresarial e da cidade como um todo.
Preto no Branco: Qual é o segredo para a AMIC manter sua relevância e eficácia ao longo dos anos?Jovane Borges: A chave está na nossa humildade e na escolha cuidadosa de representantes que realmente entendem as necessidades dos nossos associados. Valorizamos a participação ativa e a tomada de decisões coletivas, sempre com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável dos negócios e da comunidade.

Fonte: Jadir Zimermmann
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