Liminar do STF pode respingar na obra do Trevo Cataratas

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Uma decisão liminar (provisória) do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (10), pode respingar nas obras do novo Trevo Cataratas, em Cascavel. A liminar define que o Ministério Público não pode definir a destinação de valores decorrentes de condenações criminais e acordos de colaboração premiada ou de leniência.

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A obra do novo Trevo Cataratas, anunciada em agosto do ano passado, prevê o investimento de R$ 82 milhões oriundos de um acordo de leniência firmado ainda em 2019 entre o Ministério Público Federal e a Ecorodovias, que controla a Ecovia e a Ecocataratas.

No despacho individual, o ministro sustentou que as “receitas oriundas de acordos de natureza penal, como toda e qualquer receita pública, devem, ao ingressar nos cofres públicos da União, ter a sua destinação a uma específica ação governamental definida por lei orçamentária editada pelo Congresso Nacional”.

Da mesma forma, o ministro disse que o Ministério Público não tem o poder de vincular a destinação do recurso, por exemplo, para a área que foi lesada pelo agente público envolvido em crime que fez acordo com os investigadores. É exatamente o que aconteceu no caso do acordo que envolve o Trevo Cataratas, entre outras obras nas rodovias do Paraná. 

A decisão de Alexandre de Moraes deverá ser analisada pelo plenário da corte em data ainda não definida.

CLIQUE AQUI e veja a decisão

O que diz a concessionária

A reportagem do Preto no Branco manteve contato com a Ecocataratas, do Grupo Ecorodovias. A assessoria de imprensa enviou nota informando que está cumprindo com todas as obrigações estabelecidas no acordo de leniência e que os trabalhos no Trevo Cataratas e na implantação de terceiras faixas na região de Guarapuava já iniciaram. 

Contudo, a concessionária não respondeu se a decisão liminar irá impactar ou não na continuidade das obras ou mesmo a aplicação dos recursos previstos no acordo. 

No entendimento de juristas consultados pela reportagem do Preto no Branco, a decisão do STF pode impactar inclusive acordos já homologados. 

Como foi o acordo

O acordo de leniência entre o Ministério Público Federal e a concessionária Ecorodovias foi homologado em agosto de 2019 no âmbito da Operação Lava-Jato, depois que a concessionária reconheceu o pagamento de propinas para conseguir mudanças contratuais, atos de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele prevê o pagamento de R$ 400 milhões até o final das concessões, que encerram em novembro de 2021.

O acordo prevê que, do total, R$ 30 milhões serjam pagos como multa, prevista na Lei de Improbidade Administrativa. O valor deverá ser revertido integralmente ao Estado do Paraná.

Os R$ 370 milhões restantes seriam pagos como reparação de danos, dos quais R$ 220 milhões usados para reduzir em 30% a tarifa de todas as praças de pedágio operadas pela Ecorodovias (o que já foi concluído). Os outros R$ 150 milhões destinados à execução de obras nas rodovias, de onde vêm os R$ 82 milhões para a construção do novo Trevo Cataratas. 

CLIQUE AQUI e veja o acordo de leniência firmado em 2019 entre o Ministério Público Federal e a concessionária.

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