Michel Lopes: Não é qualquer associação ou empresa que atinge 60 anos

No próximo dia 4 de abril a Acic – Associação Comercial e Industrial de Cascavel – vai completar seis décadas de fundação. Na véspera, dia 3, um evento festivo voltado aos associados, vai comemorar a data histórica. 

Nesta entrevista ao Preto no Branco, o 46º presidente da entidade, Michel Vitor Alves Lopes, relembra as principais bandeiras da Acic ao longo destes anos e destaca as lutas de hoje, bem como os produtos e serviços que oferece aos seus associados. Michel também fala sobre o manifesto pró-Bolsonaro do próximo domingo e do que a classe empresarial espera do futuro prefeito de Cascavel. 

PRETO NO BRANCO – Quem é o Michel, a sua formação, sua atuação profissional e qual caminho percorreu até se tornar o 46º presidente da Acic?

MICHEL LOPES – O Michel é um sonhador, que seguiu a tradição familiar. Meu bisavô era contador, meus avós eram contadores, meu pai e minha mãe são contadores e eu me tornei contador. Uma profissão que aprendi a amar desde criança e acabei optando por dar seguimento a essa bela profissão. Quando o presidente Torres foi assumir a Associação Comercial como presidente ele me convidou para assumir alguma função na sua diretoria. Entrei na Associação Comercial justamente por acreditar muito no associativismo, porque venho de outras associações desde a minha formação.

PB – No próximo dia 4 de abril a Acic completa 60 anos de história. Como a entidade vai comemorar esta data histórica?

MICHEL – Esse ano é ímpar para nós. É um marco na história da entidade. Não é qualquer associação ou empresa que atinge esse tempo todo. A gente está trabalhando para fazer uma festiva para atender a todo associado que acreditou na história da entidade. Vamos ter um belo evento no dia 3 de abril para que os associados possam comemorar conosco estes 60 anos.

PB – Quais foram as principais ações da Acic ao longo destes 60 anos? O que é possível destacar?

MICHEL – São várias conquistas que a gente teve durante todo este período. Eu gostaria de ressaltar a importância de cada um dos ex-presidentes, desde a fundação até os dias de hoje. A Acic sempre teve este protagonismo de capitanear algumas grandes bandeiras, tanto para Cascavel quanto para toda região Oeste do Paraná. A Unioeste, por exemplo, na época foi uma grande reivindicação de toda população de Cascavel para que nós tivéssemos uma universidade na cidade. A Ferroeste da mesma forma. Hoje a gente vê que grandes bandeiras de infraestrutura se tornam ainda mais indispensáveis para o desenvolvimento da nossa região. Por isso temos como bandeiras neste momento o Trevo Cataratas e a duplicação da BR 277.

PB – Como você vê estas questões do Trevo Cataratas e da duplicação de mais um trecho da BR 277? Essas obras saem do papel desta vez? 

MICHEL – A gente está acompanhando de perto. Temos a sensação de que agora a coisa realmente vai acontecer. Temos que agradecer à Operação Lava Jato porque foi ela que conseguiu fazer esse acordo de leniência e trazer esta obra para a região. Sabemos sim que tem trâmites legais para percorrer. Mas, nós temos a informação de que a partir da primeira ou segunda semana de julho iniciam as obras no Trevo Cataratas. E também a Acic está capitaneando a finalização do projeto executivo para a duplicação até o trevo de São João. Vamos ter duplicados aqueles últimos 6 km que foram prometidos pelos antigos governadores e não foi cumprido. Nós vamos conseguir entregar este projeto executivo ao Governo do Estado e, pelo que o governador já declarou publicamente, vai fazer essa duplicação na entrada de Cascavel.

PB – E por que a Acic assumiu o custeio deste projeto se esta é uma atribuição do Poder Público?

MICHEL – Nós entendemos que a urgência é tanta e se um novo projeto entrasse numa licitação pública poderia demorar muito. Nós acreditamos, e nisso envolvo todo o G8, que a cidade não pode mais esperar. E nós, enquanto entidade que quer o desenvolvimento de Cascavel, vimos e deliberamos internamente, que tínhamos que assumir este compromisso com a população de Cascavel.

PB – A Acic sempre defendeu a bandeira do Aeroporto Regional, mas agora o Aeroporto Municipal de Cascavel está recebendo significativa melhoria. Qual a importância disso e como fica o Aeroporto Regional?

MICHEL – O Aeroporto Regional é uma necessidade que temos para o futuro. Isto está muito claro. Não podemos deixar isso de lado. É uma bandeira que continua hasteada. Nós precisamos pensar Cascavel daqui a 15, 20 anos. O gargalo logístico não vai se extinguir só com o aeroporto que nós temos hoje. Nós temos que pensar no crescimento da cidade. Nós vamos continuar tratando deste assunto. Já temos o decreto do Governo do Estado. Tivemos esta conquista lá trás, ele não está sepultado. Mas, neste momento nós precisamos de um aeroporto que dê condições para que o setor produtivo possa acessar os principais polos do nosso País. É uma ferramenta indispensável para que a gente possa evoluir enquanto cidade e região. Por isso da necessidade desta reforma, uma excelente obra e um terminal de passageiros para dar um pouco de conforto para todos que utilizam nosso aeroporto.

PB – No próximo domingo, dia 15, está prevista uma nova manifestação popular a favor do presidente Bolsonaro e com bandeiras contrárias ao Parlamento e ao próprio  Judiciário. Como que a Acic tem se posicionado a respeito?

MICHEL – A Acic é apartidária. Somos extremamente democráticos, mas temos as nossas bandeiras. E nisso somos muito firmes em nos posicionarmos. Somos totalmente a favor de todas as reformas no Brasil. Queremos imediatamente as reformas tributária, administrativa e política. Isso é indispensável para o desenvolvimento do País e o crescimento das empresas. Só temos que ter cuidado quanto a legitimidade do manifesto. Entendemos que a legitimidade deve partir de cada cidadão. A entidade vai fazer a leitura de uma carta aberta com todas as prerrogativas e bandeiras que lutamos diariamente, sem esquecer de dar dignidade para a nossa gente e, principalmente a geração de empregos. A Acic não participa diretamente do manifesto, mas ela participa com a conscientização dos empresários para que a legitimidade do manifesto se dê em cada cidadão conforme o seu viés ideológico.

PB – Esse ano tem eleições municipais. O que a entidade espera do futuro prefeito de Cascavel?

MICHEL – Nós temos trabalho incessantemente no Conselho de Desenvolvimento de Cascavel. Estamos pensando a cidade em 2030 e já iniciando um planejamento estratégico da cidade para 2050. O plano de governo do futuro prefeito deve estar muito próximo a este pensamento. Queremos que os candidatos busquem entender que precisamos pensar Cascavel para o futuro e que as políticas públicas obedeçam a estes critérios para que realmente tenhamos um crescimento ordenado. 

PB – Quais os projetos que o Michel quer desenvolver até o final de sua gestão como presidente da Acic?

Michel – Nós assumimos um compromisso com o associado. Nós temos trabalhado diariamente para que possamos entregar produtos e serviços que ajudem o associado no seu dia a dia. Estamos entregando vários produtos. Nós fizemos a entrega do produto Acic Talentos, para ajudar o empresário na seleção e recrutamento do seu futuro empregado. Nós criamos o produto Empresa Mais, que será lançado no mês de aniversário. O objetivo é capacitar o associado da Acic em várias áreas de atuação, seja jurídica, marketing, financeira, recursos humanos. Vamos oferecer módulos específicos gratuitamente para que ele possa se capacitar. Temos outros exemplos, como o sistema de mediação, para a solução de problemas sem a necessidade do empresário ir à justiça. A nossa missão enquanto presidente é oferecer isso ao associado. São alguns exemplos do suporte que oferecemos ao empresário cascavelense, para que ele saiba que quando precisar, quando tiver qualquer problema, para que procure a Acic. A Acic é do bem e quer o melhor para o associado e para Cascavel.