O Ministério da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (20), o novo protocolo para uso da cloroquina no Brasil. Agora, o medicamento passa a ser recomendado para pacientes nos estágios iniciais da infecção por coronavírus, e em dosagens mais baixas.
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A liberação da substância sempre foi defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e as divergências de entendimento sobre seu uso foram fundamentais para a demissão dos dois últimos ministros da Saúde, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
O novo protocolo oficializa o uso do medicamento no tratamento do coronavírus na rede pública para pacientes com quadros leves. Antes, a Saúde apenas recomendava a prescrição da cloroquina para casos graves, em que o paciente está internado, e com doses diárias de até 900 mg.
Agora, a recomendação é de doses diárias mais baixas para os pacientes ambulatoriais, ou seja, aqueles que não estão em internamento. Essa é uma medida de precaução diante do risco de efeitos colaterais da cloroquina, sobretudo arritmia cardíaca.
No caso de pacientes adultos com sinais e sintomas leves da Covid-19, a orientação é para que seja ministrada a combinação de cloroquina (450 mg) ou sulfato de hidroxicloroquina (400 mg) com azitromicina (500 mg) já nos primeiros dias de tratamento.
A mesma orientação vale para pacientes com sinais e sintomas moderados. Já para os que têm sinais de gravidade, o protocolo inclui internação e uso do sulfato de hidroxicloroquina com azitromicina.
Em crianças, de acordo com a orientação, os médicos devem priorizar o uso de hidroxicloroquina “pelo risco de toxicidade da cloroquina”. Já para pacientes que têm doenças cardíacas, hepáticas ou renais, hematoporfiria e doenças mentais o protocolo é para que a cloroquina seja utilizada “com precaução”.
Apesar de orientar o uso do medicamento, o ministério admite, no documento, que não há estudos que “comprovem o benefício inequívoco dessas medicações no tratamento da Covid-19”. “Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente”.
Em conjunto com o protocolo, a pasta divulgou um novo termo de ciência e consentimento, que deve ser assinado pelo médico e pelo paciente para que o medicamento possa ser utilizado.
Para ser válido, o protocolo da Saúde precisava da assinatura de um responsável técnico, um médico e pelo ministro da Saúde, o interino general Eduardo Pazuello. O documento divulgado pelo Ministério da Saúde, entretanto, não tem nenhuma assinatura.
De acordo com informações da pasta, mesmo assim a nova orientação já está valendo e irá ser despachada por ofício para secretarias estaduais e municipais.
Fonte: Gazeta do Povo
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