O Ministério Público do Paraná (MP-PR) recomendou que a prefeita de Francisco Alves, no noroeste do Paraná, Milena do Valtinho (PSDB), exonere o próprio pai, conhecido como Valtinho, do cargo de secretário de Administração e Planejamento.
PRINCIPAIS NOTÍCIAS PELO WHATS. ENTRE NO GRUPO
O gestor da pasta é ex-prefeito da cidade e teve a candidatura à reeleição recusada pela Justiça Eleitoral no pleito de 2020. Na ocasião, foi determinada a anulação dos votos e a convocação de novas eleições, em que a filha dele foi eleita.
O então candidato Valtinho teve sua candidatura à reeleição recusada pela Justiça Eleitoral no pleito de 2020, ocasião em que foi determinada a anulação dos votos e a convocação de novas eleições, em razão da rejeição, pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, das contas do Consórcio Intermunicipal para a Conservação da Biodiversidade da Bacia do Rio Xambrê de Iporã, presidida por ele. Julgando na época recurso do então candidato, o Tribunal Superior Eleitoral, manteve o indeferimento do pedido de registro da candidatura, considerando que “a omissão em prestar contas do consórcio intermunicipal configurou ato doloso de improbidade administrativa”.Embora a nomeação de parente para cargo de secretário municipal, de si, não configure nepotismo, a Lei Estadual 16.971/2011 proíbe a nomeação para cargos em comissão de quem teve contas relativas ao exercício de função pública rejeitadas por improbidade administrativa. Além disso, a Lei Orgânica do Município estabelece como condição essencial para a investidura no cargo de secretário que a pessoa esteja no exercício dos direitos políticos.FraudeO Ministério Público alega que o retorno do ex-prefeito “à administração do Município, da qual foi afastado em decorrência de inelegibilidade reconhecida – auxiliando a Prefeita na tomada de decisões sobre políticas públicas e, eventualmente, podendo receber delegação de atribuições –, configura ‘fraude à lei’, qual seja, à norma que fundamentou seu afastamento da gestão municipal”. Ademais, “se não tem condições de prosseguir seu mandato, pois seu atuar distancia-se da probidade, tornando-se inidôneo para a função, não seria razoável que voltasse a esse mesmo Município para prosseguir administrando-o de sua Secretaria”, argumenta.O MPPR recomenda que a chefe do Executivo anule imediatamente a nomeação do pai ao cargo de secretário municipal, exonerando-o, igualmente, de qualquer outro cargo em comissão ou de confiança que ocupe atualmente na Administração Pública Municipal, e se abstenha de nomeá-lo para qualquer cargo ou função, inclusive eventuais cargos de natureza política, enquanto vigorar sua inelegibilidade ou a suspensão dos seus direitos políticos.
Exoneração
A Prefeitura de Francisco Alves e a gestora do Poder Executivo informaram que o município cumpriu a recomendação e exonerou o ex-prefeito na sexta-feira (17). Conforme a prefeitura, foram feitas algumas consultas, na época da nomeação do ex-prefeito, e o jurídico do município teve o entendimento que não havia problema para a posse de Valtinho. Entretanto, como o MP-PR entendeu que pode haver problema, o pedido foi acatado.
Fonte: MPPR
Deixe um comentário