Duas denúncias por dia. Essa é a média de casos de maus tratos recebidos pela Secretaria de Meio Ambiente de Cascavel. A realidade veio à tona esta semana depois que um adolescente, que é estudante de medicina veterinária, foi filmado por amigos fazendo um ‘arremesso de gato’.
PRINCIPAIS NOTÍCIAS PELO WHATS. ENTRE NO GRUPO
No vídeo, que foi amplamente divulgado pelas redes sociais, é possível ver o menor pegando o animal no chão, caminhando e jogando o bicho por vários metros, em direção a uma piscina.
Apesar de algumas pessoas que estavam no local alertar o adolescente, a grande maioria não o impediu e inclusive, riram da situação.
Com o vídeo em mãos, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar quem seria o responsável pelo crime. Por se tratar de um menor, foi lavrado um boletim de ocorrência de ato infracional semelhante ao crime de maus tratos.
Esse não é o primeiro – e espera-se que seja o último, caso em que uma pessoa é flagrada em vídeo maltratando um animal. Há alguns meses, os latidos de socorro da pequena Capitu foram gravados por vizinhos, no bairro Cancelli.
Na época, o tutor do animal disse que teria batido com um chinelo no animal e ele teria passado mal. Capitu não resistiu e chegou já sem vida ao consultório veterinário.
De acordo com dados da Secretaria de Meio Ambiente, nos anos de 2020, 2021 e até agora em 2022, foram recebidas 1543 denúncias, e destas, 635 já foram respondidas. Porém, um grande problema é que 90% das ocorrências não configuram maus tratos. As reclamações recebidas seriam, segundo a Secretaria, situações de discórdia e falta de tolerância e empatia entre vizinhos e que, mesmo após a verificação in loco por parte do técnico do bem estar animal e a resposta ser informada ao denunciante o mesmo insiste em refazer a denúncia o que acarreta em uma demanda excessiva e uma sobrecarga ao servidor sem efetividade alguma.
Problema Nacional
O Ministério do Meio Ambiente vai promover, na terça-feira (14), o I Seminário Nacional de Proteção e Bem-estar de Cães e Gatos – Ações e Perspectivas. O evento será realizado no auditório do Ibama, em Brasília e tem o objetivo de discutir iniciativas dos governos federal, estaduais e municipais, Poder Legislativo e entidades da sociedade civil e do setor privado relativas aos cuidados com esses animais.
Segundo o ministério, o número de cães e gatos maltratados abandonados e em situação de vulnerabilidade cresceu muito durante a pandemia. A Organização Mundial da Saúde estima que existam cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos soltos pelas ruas do país que, além de sofrerem maus-tratos, também podem transmitir doenças e afetar o meio ambiente.
No seminário, serão abordadas propostas para contornar o problema, como controle populacional de cães e gatos por meio de castração em clínicas ou unidades móveis, atenção veterinária em hospitais, microchipagem, campanhas de vacinação contra zoonoses, guarda responsável, incentivos para a adoção e formação de parcerias entre órgãos governamentais e abrigos e lares mantidos pela sociedade civil.
“Combater o problema é fundamental, mas, mais importante ainda, é evitar que ele ocorra. Para isso, é preciso fazer todo um trabalho de conscientização de guarda responsável, campanhas educativas para que as pessoas adotem todos os cuidados com os seus cães e gatos. Não adianta fazer uma ação pontual sem que a sociedade abrace essa causa”, diz Bernardo Broetto, chefe da Coordenação-Geral Nacional de Proteção e Defesa Animal (CGPRO) do MMA.
Fonte: Fonte não encontrada
Deixe um comentário