Repúdio foi a palavra que marcou a primeira audiência pública realizada em Cascavel nesta sexta-feira (05) sobre o novo modelo de pedágio proposto pelo Ministério da Infraestrutura. A iniciativa, da Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa (ALEP), ouviu durante três horas parlamentares e lideranças políticas da cidade e da região, além de representantes da sociedade civil.
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Todos, de forma unânime, rejeitaram o modelo proposto pelo Governo Federal, através do Ministério dos Transportes. O debate ocorreu no auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) e pode ser acompanhado pelas redes sociais. Amanhã, sábado (6), a audiência ocorre na Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi) a partir das 9h30.

Rua bloqueada
Antes mesmo da audiência pública em Cascavel começar, a Rua Pernambuco, defronte à Acic, foi totalmente bloqueada por tratores e caminhões, num manifesto ordeiro porém contundente contra o modelo de pedágio proposto para o Paraná. O protesto foi uma forma de dizer aos participantes da Audiência Pública, que o setor produtivo da região não concorda com o pedágio com outorga e defende uma concorrência que tenha como principal critério a menor tarifa cobrada dos usuários, como acontece em outras regiões do país.
Manifestação semelhante já aconteceu ontem (04), por ocasião da visita do presidente da República, Jair Bolsonaro, a Cascavel. Inclusive, o presidente recebeu uma carta assinada por mais de 100 entidades, que pedem que ele interceda para alterar o modelo de pedágio que está sendo proposto ao Paraná.

Sociedade atenta
Para o coordenador da Frente do Pedágio, deputado Arilson Chiorato (PT), a audiência é de suma importância neste momento e mostra a força do povo paranaense.
“Foi uma discussão saudável, apartidária, em prol do respeito ao cidadão paranaense, que está cansado de pagar caro pelo pedágio e, ao final, ver as obras sumirem dos contratos, como ocorreu por todo Paraná, comprometendo a economia e ceifando vidas”, avalia.
De acordo com Arilson, a audiência mostrou que toda a sociedade, representada por diversos segmentos, está atenta ao que acontece e não aceitará pagar de novo pelas mesmas obras. Durante a audiência, o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), assim como outros integrantes com o deputado Homero Marchese (PROS), que integram a Frente do Pedágio, apresentaram dados do atual contrato, como obras não realizadas, e também pontos confusos da nova proposta.
“Apesar da falta de transparência e muitas informações controversas, o que fica claro no novo contrato que querem fazer é o aumento no número de praças de pedágio, saltando de 27 para 42, passando para 827 km a mais de estrada pedagiada e o tempo de contrato. Se não bastasse ainda tem a outorga onerosa ao estado, o que encarece ainda mais o pedágio, além dos custos de manutenção e duplicação”, afirma o coordenador da Frente do pedágio.

Carta da Acic
O presidente da Acic, Michel Lopes, assim como outras lideranças, pediu em sua fala transparência, seriedade, menor tarifa e realização de obras pendentes, como o contorno de Cascavel. A Acic, em parceria com outras instituições, lançou uma campanha pela menor tarifa na região.
Michel Lopes aproveitou a audiência para ler a carta feita pela Acic sobre o pedágio.
“Convivemos há 23 anos com esse pesadelo, de um modelo equivocado de pedágio, e temos a obrigação de mudarmos isso a partir de novembro. Sob a ótica empresarial precisamos de significativos ajustes para, assim, alcançar um modelo próximo do ideal”, diz trecho da carta.

Fonte: Assessoria
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