A Covid-19 se apresenta como um fenômeno que atinge a todos, independente de classes sociais. Um desafio para as lideranças em todos os níveis de governo, pois é algo tão inédito que nenhuma autoridade sabe ao certo qual é a melhor decisão. Por isso, alguns decidem de uma forma e outros de outra.
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Mas, independente de qual seja a decisão, o importante é que ela aconteça e seja voltada para o benefício do interesse público, pelo menos na intenção.
Em Cascavel não há como negar que houve uma resposta rápida. A cidade foi uma das primeiras do estado a tomar decisões quanto ao isolamento social e medidas restritivas. E depois também agiu pontualmente na retomada das atividades econômicas, observando os cuidados necessários. Se estas decisões estavam certas ou erradas, só o tempo dirá. O importante é que elas ocorreram.
Por outro lado, também é preciso observar que está havendo um oportunismo político sem proporções nesta crise. O prefeito Leonaldo Paranhos transformou a Covid-19 num belo e esplendoroso palanque político. Aproveitou vergonhosamente os dias de distanciamento social e de alta audiência nas redes sociais, para fazer muita propaganda do seu governo em meio às orientações sobre o coronavírus. Isso considerando que estamos em pleno ano de eleições e o prefeito pode estar incorrendo em infração à lei eleitoral.
Anuncia obras e programas como se agora todos fizessem parte de um vigoroso plano de retomada econômica da cidade, quando sabemos que a grande maioria são projetos iniciados muito antes da Covid-19, pois existem demandas de projetos, verbas, licitações e prazos de toda ordem.
É lamentável que esse Paranhos que se coloca tão bem diante das câmeras se vale do estado de calamidade e da pandemia para fazer promoção de imagem pessoal e do seu governo. Usa e abusa do direito de convocar entrevistas coletivas, além de vários pronunciamentos oficiais, inúmeras lives e muitos eventos para entregar veículos, visitar obras, visitar hospitais, entregar alimentos e EPIs, lançar aplicativo e programas, sempre aglomerando pessoas de forma absolutamente desnecessária, no típico exemplo do “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”.
Anunciou aos quatro ventos que passaria a dormir no gabinete para não parar o trabalho de enfrentamento ao coronavírus e ao mesmo tempo proteger sua família. Mas, na contramão desse discurso altruísta circulam imagens nas redes sociais com momentos nem tão preocupantes, regados a um bom vinho.
Altruísta mesmo seria abster-se de tirar proveito político-eleitoral da situação e ser um gestor mais autêntico e menos marketeiro, sem precisar abdicar de suas posições e valores, pois nas graves crises os políticos ganham ou perdem credibilidade em função de sua sensibilidade. A resposta eleitoral sempre será uma consequência disso.
É hora de política séria. Política com letra maiúscula, pois estamos diante da maior crise da nossa geração. O prefeito tem um compromisso que vai além da próxima eleição, o compromisso de unir as forças vivas da sociedade de Cascavel e liderá-las a atravessar essa crise que aflige a todos.
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