Juliet Manfrin | Cascavel
Em 2022 o setor produtivo do Oeste tem muito que comemorar. As oito principais economias exportadoras da região (Palotina, Cascavel, Cafelândia, Matelândia, Foz do Iguaçu, Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Toledo) que juntas respondem por mais de 95% das atividades comerciais externas da região conquistaram de janeiro a setembro deste ano um volume financeiro recorde de exportações: mais de US$ 1,62 bilhão. A expectativa é para que até dezembro sejam mais de US$ 2 bilhões em vendas.
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O valor já consolidado é 67% maior que o registrado há uma década, quando as exportações registravam volume próximo a US$ 970 milhões no período (janeiro a setembro de 2013).
O registro das vendas externas deste ano também é maior que as confirmadas em 2021, que já havia sido diagnosticadas como as melhores da série histórica. No ano passado as exportações somaram US$ 1,49 bilhão no período, aumento em 2022 de 9%.
A expectativa do setor produtivo é puxada pelo setor cooperativista. O oeste do Paraná comporta 5 das 10 maiores cooperativas do agro do Brasil: a Cvale, a Lar, a Frimesa, a Copacol e a Coopavel.
A valorização do dólar diante do real auxiliou consideravelmente para o alcance dos números recordes até o momento. “O real mais desvalorizado lá fora torna nossos produtos altamente atrativos, ou seja, temos o produto que o mundo precisa, que são os alimentos seja já transformado em carnes, óleos vegetais, seja em commodities, e temos a combinação do real mais desvalorizado”, lembra a economista Regina Martins.
Os números são do governo federal disponíveis no sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro.
Palotina na liderança
O município com o maior volume financeiro em exportações neste ano foi Palotina, com US$ 417,7 milhões, seguida por Cascavel com US$ 396,5 milhões e Cafelândia com US$ 201,4 milhões. Os três municípios são historicamente os principais exportadores da região há mais de duas décadas, desde que os dados começaram a ser compilados.
Oeste: uma potência em proteína animal
As carnes lideram as comercializações externas do Oeste do Paraná, com destaque para a comercialização avícola. Sozinho o segmento representa mais da metade das exportações, US$ 838 milhões. Se considerado todo o mercado de proteínas – com exportação de outras carnes como a suína e de peixes e os ovos – a pauta se aproxima dos 80% das exportações regionais.
A venda de soja como commodity ainda representa uma fatia importante. Neste ano já foram US $ 42,7 milhões em transações externas com a oleaginosa em grão. “Esse é um produto sem processamento, ou seja, não tem valor agregado, enquanto as carnes, ovos, a proteína animal de forma geral, passa pela industrialização, gera muito mais empregos e tem um valor agregado importante”, segue a economista.
Cascavel importa US$ 117,3 milhões em itens para produção de placas fotovoltaicas
Ao passo que as exportações avançaram, as importações também crescerem e de forma expressiva neste ano.
De 2021 para 2022, de janeiro a setembro, as compras da região em outros países alavancaram 46%. Nos nove primeiros meses do ano passado foram quase US$ 621 milhões em aquisições, no período neste ano já foram próximos de US$ 907 milhões.
Um dos grandes destaques às importações – apesar de não ter sido o campeão na relação de compras – foi a aquisição de itens voltados à produção de painéis de energia fotovoltaica. Sozinho, esse segmento foi responsável por US$ 117,3 milhões. Para especialistas, essa aquisição pode ser associada a duas frentes, ambas interligadas: uma delas a implantação da maior fábrica de painéis de energia fotovoltaica do país que foi recém-inaugurada em Cascavel. Isso se justifica pelo crescimento do segmento, com ampliação de redes individuais ou coletivas voltadas à energia solar.
Os adubos e fertilizantes se mantiveram em elevação nas importações e representam o maior volume de compras. Somente o município de Cascavel importou o equivalente a US$ 136 milhões em adubos e fertilizantes neste ano. O Brasil é altamente dependente do produto sem o qual as lavouras se inviabilizam. A maior parte vem ide países do Leste Europeu ou do Canadá.
Outro produto com aumento significativo nas importações, reforçando elevação na dependência do mercado interno é o milho. Com quebras em safras passadas, baixos estoques e com atrasos nas janelas do plantio que inviabilizam muitas lavouras, o Brasil tem importado cada vez mais do produto.
Somente em 2022 o Oeste já importou mais de US$ 115 milhões no cereal, sem o qual não há produção da ração animal. O grão responde por cerca de 70% da composição da ração. Entre os principais mercados fornecedores estão países como Argentina e Paraguai.
Oeste tem superávit da balança de US$ 714 milhões
Apesar do aumento das importações, as exportações em alta fizeram com que o oeste tenha um superávit importante.
O superávit é calculado da seguinte forma: reduz-se o valor das exportações aos valores das importações. Assim, com US$ 1,62 bilhão de exportações e US$ 907 milhões em importações, o superávit da balança comercial da região é próximo de US$ 714 milhões até o momento, valor 18% menor ao registrado em 2021. Ocorre que como as importações cresceram expressivamente neste ano, o superávit até o momento é inferior ao registrado no mesmo período de 2021. No ano passado o saldo da balança regional era de US$ 872,1 milhões.
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