Pandemia muda o conceito de morar bem

Prospecto de uma residência

Já ficou bem claro que no mundo pós pandemia teremos um já denominado “novo normal”. Não são poucos os especialistas de olho no presente em busca de respostas sobre o amanhã.

Já sabe-se que, por segurança, alguns hábitos precisarão desaparecer, algumas formas de viver necessitarão de adaptação, mas é certo também que algumas tendências passarão por um processo de aceleração e se firmarão mais rápido do que se esperava.

Uma delas é a maneira de morar. Ocorre que a necessidade de isolamento mexeu profundamente com todas as pessoas. Alguns por mais tempo, outros por menos, mas todos nós passamos ou continuamos em um período de limitação no direito de ir e vir. 

A relação com o espaço doméstico se intensificou. O que era apenas um local para dormir e comer passou a ser escritório, escola, espaço de lazer, e tantas outras funções.

Em meio a este malabarismo para ajustar o espaço às novas necessidades, surgiu com mais frequência na cabeça de muita gente a questão: E se eu morasse em um local mais amplo? 

Elizabete Leal, artesã, sempre teve o sonho de morar em um condomínio horizontal com espaço pra horta, jardim, seu ateliê (home office), lugar para os netos correrem e a cereja do bolo: Os melhores amigos morando bem perto. 

– Morar e trabalhar entre as pessoas que amo seria o máximo. Explica ela. – Já imaginou todo mundo por perto? Com ou sem pandemia, seria maravilhoso. É o planejamento para uma velhice com qualidade de vida, mas acredito que em um espaço assim essa velhice demoraria mais a chegar. Complementa ela com bom humor.

Como Elisabete, muitas pessoas tem esse desejo de morar em um espaço que, sem que se perca a privacidade, possibilite estar bem perto de amigos e parentes. Os condomínios horizontais parecem resolver esta e outras questões que ganham cada vez mais importância, como ter “no quintal” áreas comuns de esporte e lazer, ou estar fora de centros urbanos nervosos ao mesmo tempo ter acesso facilitado a shoppings, hospitais, local de trabalho e escolas.     

– Em muitos empreendimentos o que se vê hoje é uma volta ao campo com toda a comodidade da cidade. O “Urban Jango” É um conceito de moradia que não para de crescer. Explica a arquiteta Beatriz de Oliveira.

– As pessoas estão em busca de paz, silêncio, espaço para mexer na terra, ter uma horta ou pomar, plantar e colher, mesmo que sejam apenas alguns temperos. Conta a arquiteta.                    – Porém as raízes na roça ou o sonho de em um dia morar em um local assim esbarra em obstáculos como deslocamento e outras comodidades que só os centros urbanos oferecem. Pondera Beatriz. – O condomínio horizontal vem derrubar estes obstáculos, pois oferecem um equilíbrio entre estres dois mundos, relata a arquiteta.

Ela conclui que do ponto de vista econômico o mercado imobiliário tem notado essa necessidade e investido cada vez mais em condomínios fechados que mais parecem chácaras e transportam seus moradores para um “oásis” particular. – A simplicidade de colher uma fruta no quintal é um luxo, pelo qual muitos estão dispostos a pagar.

 A arquiteta se refere a empreendimentos de médio e alto padrão que são cada vez mais comuns em todo o país. Nestes espaços o morador além de contar com uma área privada privilegiada, divide com outros moradores a manutenção de espaços comuns como salões de festa e espaços gourmet, academias, piscinas, playgrounds, quadras de esporte, capela e muito mais. E isso tudo à poucos minutos de tudo o que um centro urbano oferece.

Para Vinícius Lorenzi, engenheiro de Fundações e professor de Pós Graduação os condomínios horizontais se tornaram uma realidade em cidades médias e grandes. Para ele não há dúvidas de que esse tipo de espaço ainda é disponível somente para um público de maior renda, uma vez que os custos de terrenos são superiores aos localizados em vias públicas, mas em Cascavel e região, segundo ele, a oferta deste tipo de empreendimento é muito aquém da demanda. O professor destaca que a pandemia pode acelerar esse processo de mudança cultural tanta nas incorporadoras como por investidores, pois a tendência é que esse tipo de produto seja cada vez mais procurado.

 

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