Morando em Hong Kong há cinco anos, a paranaense de Sarandi, Erica Poloni, falou com exclusividade ao Preto no Branco. Ex-bancária, ela mudou-se com o marido e a filha, na época com sete anos, para o Oriente em busca de uma vida melhor. Lá ela teve o pequeno Gabriel e tornou-se artesã. Com dois filhos pequenos, a chegada de mais um subtipo do coronavírus assustou toda família. “Desde que os primeiros casos foram identificados na China, mesmo estando distante, começamos a nos cuidar de todas as formas possíveis”.
Segundo ela, muitas das notícias veiculadas no Brasil sobre isso acabam causando um alarde muito maior. “Claro que é algo para se preocupar, claro que precisamos ter todos os cuidados porque sabemos quase nada a respeito do vírus que está matando pessoas pelo mundo. Mas no Brasil, pelo que acompanho nos noticiários, estão falando muitas coisas que aqui não dizem. Não sabemos em quem acreditar”.
Conforme Erica, amigos que moram na China, a 100 quilômetros de Wuhan, relataram que lá tem muito mais pessoas morrendo que o divulgado. “Infelizmente não sabemos a verdade. O que nos resta é tomar todos os cuidados necessários. Sei que lá o governo determina quando pode sair, se pode sair e até mesmo um cartão foi dado às famílias para controlar as idas ao supermercado, que são semanais. Se tentar usar mais de uma vez ele apita e você é multado”.
Questionada a respeito da proposta do governo brasileiro de voltar ao Brasil, Erica disse que não vê necessidade. “Além disso, tem a proximidade com o Carnaval, que muitos turistas viajam para o Brasil. Mas tenho amigas minhas que foram na semana passada para São Paulo e não foram barradas no aeroporto. Nem perguntaram de onde elas estavam vindo”.
Sobre escolas fechadas e restrições, Erica cita que nessa época do ano isso é comum. “É época de férias escolares, muito frio e crianças em casa, o que dificulta bastante. O problema é que a proliferação é rápida demais, principalmente por serem regiões com muitos habitantes por metro quadrado”. Ela cita que lá, aos poucos se aprende a conviver com ‘algumas coisas’. “Aqui eles são muito precavidos, até por conta de outras doenças já registradas. Porém como a população fica muito aglomerada, tudo vira epidemia facilmente”.
Os números
Até quarta-feira (5), de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 491 mortes haviam sido registradas na China e outra nas Filipinas. Além das mortes, foram confirmados mais de 24 mil casos na China e outros 182 em outros 24 países, dentre eles Japão, Malásia, Singapura, Coreia do Sul, Tailândia, Vietnã, Nepal, Camboja, Sri Lanka, Emirados Árabes, Índia, Filipinas, Rússia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Finlândia, Suécia, Bélgica, Itália, Reino Unido, Espanha e Austrália.
Estima-se que em todo o mundo mais de 75 mil pessoas estejam contaminadas com o vírus.
Exames em Cascavel
No Brasil há 14 casos suspeitos e vários laboratórios já estão disponibilizando exames para detectar a doença. Em Cascavel, uma rede de laboratórios particular já conta com uma série de exames que, em caso de suspeita do coronavírus, pode confirmá-lo ou descartá-lo. De acordo com a gerente Josiane Brostulin, não se trata de um exame só, e sim um painel respiratório. “Estamos atendendo primeiramente casos graves hospitalares, mas caso haja necessidade vamos atender também”.
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