“Nossas ruas estão parecendo um queijo suíço!”. A declaração da presidente do Parque Verde, Suellen Aparecida Coser, ilustra a situação das ruas do bairro que, segundo ela, não passam por grandes obras há pelo menos 20 anos. “A Secretaria de Obras até nos atende bem, porém só fazem o tapa buracos. Está ficando cada vez pior, nunca é feito um recapeamento do asfalto. Não dá mais para ficar assim”, afirma a moradora, que está há mais de 30 anos na comunidade. “A cada chuva a situação vai piorando, necessitamos de intervenção urgente”, cobra.
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O advogado Ezequiel Schlichting concorda. “A situação do nosso asfalto está bem complicada! São muitos buracos, precisamos de uma grande obra de recapeamento, pois a operação tapa buracos não resolve mais o problema”, comenta. Os maiores problemas estão nas ruas Jacarandá, Itaúba, Cipreste, Aroeira, Jatobá e Grevilia.
Outra solicitação da presidente do bairro é relacionada ao transporte público. “É mais que necessário que um ônibus atenda a USF do Cidade Verde na rua Eucalipto. São muitos idosos que vêm do condomínio Moradas Cascavel para serem atendidos na unidade. Hoje a linha passa pela rua Jacarandá forçando os passageiros a se deslocarem a pé até o posto de saúde, no caso dos idosos é complicado, temos até pessoas com pulmão comprometido que dificulta ainda mais. Faz mais de um ano que estamos pedindo essa mudança à Transitar, que sempre alega que a via não comporta o tráfego de ônibus”, conta.


Retirada de árvore e o bosque
Suellen destaca a situação da esquina da Avenida das Torres com a Rua Eucalipto. “Eu já protocolei pedido para retirada de uma árvore no cruzamento, ou mesmo poda, pois prejudica muito a visibilidade dos motoristas. É uma esquina bem movimentada, que necessita de atenção”, comenta.
Seguindo na área de meio ambiente, o Parque Verde dispõe de um bosque com quase 50 anos de história. “É necessária uma infraestrutura melhor, com mais bancos, iluminação adequada e podas mais frequentes, não podemos esperar três ou quatros meses por uma roçada. O bosque é frequentado por usuários de drogas, e o mato alto colabora, ainda que temos uma segurança boa no bairro, mas essa situação preocupa”, explica Suellen.
Usuários de drogas também utilizam a quadra de skate, que fica ao lado da USF Cidade Verde, conforme a presidente do bairro. “Queremos que o espaço se torne uma quadra poliesportiva e receba mais cuidados. É uma reclamação constante dos moradores a respeito do uso deste local. Eu tenho tentado solicitar projetos com a Secretaria de Esportes, mas está bem difícil, já enviei inúmeros ofícios e até agora não recebemos retorno”, cobra.



“A população precisa colaborar”
Suellen comenta sobre as dificuldades de estar na presidência de um bairro. “Eu preciso que a população busque entender o papel da Associação de Moradores, e veja como é difícil estar à frente da comunidade, precisamos do envolvimento de todos para concretizar ações. A própria manutenção do salão depende de nós, e nem alugar o espaço com frequência estamos conseguindo, que é o nosso meio de arrecadar fundos. Eu já tirei dinheiro do meu bolso para pagar as contas do salão”, recorda.
“A comunidade precisa ser mais unida em vários sentidos. O nosso bairro tem de tudo, os moradores precisam olhar para o comércio local e ver que aqui existem empresas de todas as áreas, que não é necessário se deslocar ao Centro. Não custa nada prestigiar os empreendedores daqui. Isso é o que eu mais sinto falta: a união da população em prol do Parque Verde”, expõe.
“Moro aqui desde 1979”
Ezequiel Schlichting chegou ao Parque Verde em setembro de 1979. Morando desde os nove anos no local, o advogado viu toda a evolução do bairro, que hoje concentra um comércio forte. “O Parque Verde é um bairro de passagem e de conexão com outros. Muitos loteamentos surgiram em volta de nós e os moradores da região passam por aqui. Isso contribuiu com o fortalecimento das empresas, que contam com muitos clientes. Quando eu cheguei não tinha nem asfalto, as casas eram mais simples e o bairro iniciando o desenvolvimento”, conta.
O advogado não esconde a alegria em residir no Parque Verde. “Formei minha família no bairro. Minha filha mais nova, que está com 28 anos, nasceu aqui e ainda reside comigo, assim como os meus netos. O Parque Verde é muito bem localizado, próximo do Centro, de universidades e com um grande supermercado, que moro próximo, e vizinhos maravilhosos que considero muito, sou amigo de uma grande parte das pessoas”, diz.
Sampaio: “É muito gratificante poder fazer parte da história do Parque Verde”
O vereador Pedro Sampaio (Podemos) afirma que se sente orgulhoso com as ações desenvolvidas no Parque Verde, em razão dos êxitos das iniciativas. “Isso é resultado de um trabalho conjunto com a Associação de Moradores, empresários locais e com a população do bairro de modo geral. Uma das conquistas mais significativas foi a da rotatória da rua Francisco Bartinik, que organizou o fluxo do trânsito, trazendo agilidade aos veículos e segurança aos pedestres, realmente fazendo a diferença na comunidade”. A demanda foi atendida em conjunto com o vereador Professor Santello (PRD).
Pedro Sampaio lembra das dificuldades. “Os desafios maiores do bairro, sem dúvidas, continua sendo a educação e saúde, que são áreas muito demandadas, bem como a assistência social. Nós, enquanto vereadores, precisamos ficar atentos, para que, por meio de emendas impositivas consigamos ajudar as comunidades, para juntos irmos liquidando todos os déficits. É muito gratificante poder fazer parte da história do Parque Verde! Uma boa comunicação com a população favorece o atendimento e fica mais fácil para buscarmos soluções, e é isso que ocorre neste bairro”, comemora o parlamentar.


Fundetec: “Quem paga a conta de luz é a associação”
A carreta da Fundetec (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que faz parte do Progeti (Programa Estratégico de Geração de Emprego em Tecnologia da Informação), que é uma iniciativa de transformação social, gratuita, oferecida pela fundação em parceria com a comunidade, está instalada em frente ao salão comunitário do Parque Verde. “A gestão do salão paga a energia como parte do termo de cooperação firmado entre as partes. A Fundetec custeia o projeto, que inclusive é ganhador do Prêmio de Destaque de Iniciativas em Inovação na gestão pública pelo Sebrae – Iguaçu Valley”, cita Suelem.
Segurança pública
A GMC (Guarda Municipal de Cascavel) registrou 10 ocorrências no Parque Verde neste ano até esta semana. Dentre os atendimentos estão situações relacionadas a maus tratos aos animais; desobediência de medida protetiva; ameaça e violência doméstica. A GMC ainda informou que a população pode acionar as equipes via o telefone 153, e que realiza patrulhamento em todas as regiões da cidade.
Salões comunitários: Prefeitura fornece espaço, associação custeia
O gestor territorial Ricardo Bulgarelli, por meio de nota, explicou que desde o dia 06 de fevereiro, existe o decreto n° 18.048, o qual regulamenta a utilização dos salões comunitários de Cascavel. Conforme os dados informados, os espaços são do Município, mas repassados para as associações de moradores e/ou outra entidade, em forma de permissão de uso. “São dois objetivos principais: Deixar a cargo da própria comunidade, através da entidade, a administração do espaço a ser utilizado para ações da própria comunidade e oportunizar à associação fonte de renda para manutenção através de aluguel e promoções no salão”, diz a nota.
Ainda segundo o gestor, o decreto estabelece no Art. 8º, § 4º, que o custeio de valores referentes às instalações prediais de água, esgoto, energia elétrica, proteção e combate a incêndio, telefonia e outros custos existentes em face da utilização do prédio público “serão auferidas com a permissão de uso do espaço dos salões comunitários e centros de eventos da cidadania para realização de atividades e eventos”. O Território Cidadão afirma que o Município auxilia a população ao ceder o espaço para locação e promoções para gerar renda, além de realizar as revitalizações quando necessário, para deixar o espaço em condições de uso.
A gestão repassou que, para o salão comunitário do Parque Verde, existe uma emenda impositiva parlamentar municipal no valor total de R$ 29.941,22, para realizar a cobertura com revisão geral e substituição de 40% das telhas no valor de R$ 14.945,17; a construção de Banheiro PNE no valor de R$ 12.005,73; e a pintura da cozinha com troca de porta no valor de R$ 2.990,32. “Informamos que, em comum acordo entre as partes, as realizações das melhorias citadas foram suspensas a pedido da associação, a qual busca viabilizar uma outra fonte de recurso, mais volumoso, para somar-se a esse valor já disponibilizado, através do deputado Estadual Gugu Bueno, no valor de R$ 200.000”.
Segundo a nota, até o presente momento não há priorização por parte da SECID (Secretaria de Estado das Cidades), para a utilização de recursos no salão. “O Território Cidadão, no segundo semestre de 2023, encaminhou solicitação através de ofícios de 18 projetos para salões comunitários, junto ao IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel). Todos esses já possuem recursos com priorização. No caso do Parque Verde, essa priorização do Governo do Estado ainda não ocorreu”, conclui a nota.
Bosque: “Local recebe constantes melhorias”
A respeito do Bosque Municipal Elias Lopuch, localizado na rua Jacarandá, a Secretaria de Meio Ambiente informou que o local recebe constantes melhorias, mas não informou quais. Disse ainda que não estão previstas obras para instalação de novos bancos e que já estabeleceu um cronograma de ações não só neste espaço, mas também nas praças públicas. A pasta afirmou que os locais passam constantemente por limpeza e que as podas necessárias são realizadas para manter a segurança dos cidadãos.
Sobre a retirada da árvore da esquina da Avenida das Torres com a Rua Eucalipto, a secretaria repassou que a planta está sob a calçada em frente a uma propriedade particular. “Somente o morador pode solicitar a retirada ou poda da espécie, através do protocolo geral, conforme a legislação municipal”.
Pista de skate
Em relação a pista de skate localizada ao lado da USF Cidade Verde, a Secretaria de Esportes enviou uma nota explicando que a presidente do bairro já teve uma reunião com o secretário Carlinhos e com o chefe de gabinete Thiago Stefanello sobre a questão. “O espaço tem sessão de uso temporário para Associação de Skate. Existe no local um projeto da modalidade de skate para iniciação esportiva. Na semana passada o espaço passou por roçada e limpeza, numa ação de combate à dengue. No espaço tem câmeras de segurança e as imagens, inclusive, são compartilhadas com a Guarda Municipal”.
Transporte e recapeamento
O Preto no Branco procurou a Transitar (Autarquia Municipal de Mobilidade, Trânsito e Cidadania), mas a autarquia não respondeu ao questionamento relacionado a uma das linhas de ônibus que atendem ao Parque Verde ter o itinerário modificado para atender a USF Cidade Verde. Sobre a solicitação de recapeamento das vias do bairro, a Secretaria de Obras não retornou até o fechamento desta edição
Fonte: Silvio Matos
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