Com o objetivo de obter mais conhecimento sobre Salto Livre Operacional (SLOp), a Polícia Militar do Paraná enviou dois policiais paraquedistas para o I Simpósio de Operações Especiais e Atividade de Salto Livre Operacional, que acontece na Bahia. O evento técnico foi organizado pelo Bope da PM daquele estado.
O intuito é ganhar conhecimentos sobre o tema para que, no futuro, a PM do Paraná possa ter profissionais habilitados em salto livre para o emprego operacional.
Participaram do evento técnico policiais militares de outros estados e países, como São Paulo, Maranhão, Mato Grosso, Distrito Federal, Carabineiros do Chile, Polícia Federal, Polícia Francesa. O Paraná foi representado pelo subcomandante do Comandos e Operações Especiais (COE), do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente Lucas Eduardo Nicola, e o mestre de salto e ex-integrante do COE, soldado Rafael Correa de Abreu, lotado no Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA).
TREINADOR-Devido à experiência, o soldado Abreu atuou como treinador BBF (Basic Body Flight) saltando junto com os que, até então, haviam realizado poucos saltos. “Tivemos instruções, palestras, apresentação de padrões e procedimentos técnicos para evoluir no paraquedismo operacional nas forças especiais das polícias. O paraquedismo é a gênese das operações especiais do Brasil e, por isso, estamos evidenciando essa ferramenta para ser aplicada na Polícia Militar do Paraná”, explicou o tenente Nicola.
INSTRUÇÕES – A participação dos militares estaduais paranaenses foi para entender como funciona o treinamento, os equipamentos, a qualidade técnica dos operadores e toda estrutura do paraquedismo do Bope da Bahia, instituição de referência nacional na área. As palestras serviram para apresentar esta ferramenta utilizada pela Polícia Militar da Bahia, com resultados de uma ocorrência real em que a técnica foi aplicada. Também foram ministradas instruções sobre como é realizada a montagem de uma equipe, qual o tipo de equipamento utilizado, o investimento do Estado.
Também envolveu ações se devem ser tomadas nesta área para que seja implementado o SLOp, como é o planejamento de uma missão de infiltração com Salto Livre Operacional em que o operador, junto a seu paraquedas, se infiltra no terreno armado com seu fuzil, pistola, colete e mochila, com capacidade de operar por dias.
DIFERENCIAL –O SLOp é utilizado por tropas operacionais especiais como método de infiltração em um terreno de difícil acesso ou em que a infiltração por paraquedismo seja mais interessante do ponto de vista tático de uma determinada missão.
Esse método, segundo o tenente Nicola, é um grande diferencial porque permite que os operadores acessem locais estratégicos sem serem notados por olheiros de grupos criminosos podendo, inclusive, ser infiltrados à noite pelo ar.
“Através do conhecimento adquirido, o objetivo a partir de agora é trazer esta ferramenta para a Corporação através do Bope, apresentando a forma legal e prática de implantação e gerando a integração com o BPMOA para melhorar a proficiência dos operadores”, disse o tenente Nicola. Segundo ele, estima-se que em no máximo 2 anos seja possível executar o Salto Livre Operacional em adestramentos operacionais.
PREPARAÇÃO –O adestramento de uma equipe militar para execução do SLOP requer que inicialmente o operador seja formado em Curso de Operações Especiais. Normalmente ocorre em 3 etapas: primeiro o policial militar salta livre, sem arma e sem equipamentos, para que possa ganhar proficiência, ou seja, estabilidade e habilidade de movimentos em queda livre.
Segue então para uma fase de salto com a mochila e depois salto com mochila e fuzil em cima da área de pouso.
A terceira parte do adestramento ocorre quando, após dominar a queda livre armado e equipado e ter boa noção de navegação (inclusive noturna), o policial realiza missões simuladas em equipe, saltando a uma grande distância do objetivo. “É uma atividade de altíssimo risco, porém também pode ser decisivo para uma ocorrência mais complexa”, acrescenta o tenente.
Fonte: Secom Paraná
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