Porteira aberta para o e-commerce em Cascavel

Toda a carne é procedente da criação de rebanho de Angus | Foto: Vandré Dubiela

Não há limites quando se fala em e-commerce no mundo. As vendas por meios eletrônicos surgiram há meio século, mas foi nos últimos anos que o modelo passou a ser explorado mais intensamente por todos os nichos de mercado. A expectativa global nesta modalidade é a de movimentar até 2025, a estratosférica cifra de US$ 4 trilhões. Por isso, é preciso dar um passo à frente e estar preparado para a nova era do varejo virtual.

Em Cascavel, o e-commerce conquista um número maior de adeptos a cada dia, empreendedores enxergando uma nova oportunidade de vendas em um cenário de constantes mudanças.

O e-commerce rompe as divisas da cidade e já abre as porteiras no campo. O pecuarista e engenheiro agrônomo Agassiz Linhares Neto, ao lado da filha Bruna e sócio Eduardo Luvison, são remanescentes de um grupo de criadores de Angus e implantaram um programa de carne nobre, envolvendo todas as etapas da cadeia de produção e terminando com a venda direta ao consumidor.

“Por isso, os recursos tecnológicos e digitais são fundamentais hoje para expandir os negócios e ter visibilidade”, comenta Agassiz. No ano passado, iniciaram os trabalhos em um espaço na Fundetec, dedicado à sala de cortes da Farm Families, registrada junto ao Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal), possibilitando a comercialização para qualquer lugar do Brasil.

Toda a carne é procedente da criação de rebanho de Angus em duas áreas, a Três Meninas, com 18 alqueires de pastagem em Santa Tereza do Oeste e uma área de 400 alqueires em Lindoeste. Nas duas propriedades, são duas mil cabeças de gado, sendo 800 Abeerden Angus Black e Red. Eduardo Luvison tem ainda uma área dedicada à criação de Angus em Nova Laranjeiras.

Agassiz Linhares Neto encontrou no e-commerce uma nova oportunidade de venda dos cortes de carne | Foto: Vandré Dubiela

 

O abate é feito em frigoríficos terceirizados e ajustado dentro da mais criteriosa norma de sanidade e com respaldo do Sisbi.  No fim de maio de 2019, as porteiras se abriram para uma inovadora modalidade de vendas ao consumidor. A loja virtual – em fase de conclusão -, e o WhatsApp passaram a ser recursos cruciais para a expansão nas vendas pelo e-commerce. “As pessoas têm comprado via WhatsApp, tendo a oportunidade de ver a foto do produto na tela do celular, gerando um efeito multiplicador nos grupos e refletindo em aumento do faturamento no fim do ano passado”, relata Agassiz. Neste começo de ano, as vendas caíram um pouco por conta do preço da arroba do boi, mas já há sinais futuros de melhora no enredo, conforme o pecuarista. É possível fazer pedidos de cortes que vão de alcatra, passando por chorizo, hambúrguer, todos os tipos de costela, picanha e para paladares mais sofisticados os cortes nobres como T-Bone, Prime Rib, Porterhouse, atendendo as necessidades do dia a dia ou para aquele churrasco em família ou com os amigos.

Agassiz garante que a carne vendida ao consumidor é 100% angus, bem diferente, segundo ele, do encontrado nas gôndolas resfriadas dos supermercados. “Em muitos casos, você paga o preço de uma carne 100% angus e leva para casa uma meio sangue, ou seja, uma carne procedente do cruzamento de angus com zebu”, relata. “A nossa carne tem um grau de sangue maior. Ainda abatemos entre 20% a 40% de meio sangue angus, mas a maioria é angus puro”.

O empreendedor rural conta que o processo de industrialização segue os modelos americano e argentino, agregando sabor e valor à carne, ao contrário – segundo Agassiz -, do processo praticado por muitos frigoríficos no Brasil. “Eles [frigoríficos] abatem em um dia e no outro já realizam a entrega nos supermercados. É preciso, antes de mais nada, respeitar o processo específico de pré-maturação da carne. Esse é o grande diferencial”.

Hoje, o pensamento está em expandir o mercado para outras praças como Toledo e Curitiba. “Percebemos que deveríamos acompanhar a mudança de mercado e inovar, oferecendo ao consumidor a chance de fazer a compra pelo celular, seja no conforto do seu lar ou onde estiver”.

Toda a carne é procedente da criação de rebanho de Angus | Foto: Vandré Dubiela

 

Abeerden Angus

Na Fazenda Três Meninas, em Santa Tereza do Oeste, Agassiz Linhares Neto cuida com muito carinho de 800 cabeças de gado das raças Aberdeen e Red Angus, carnes de elevada qualidade, textura e sabor, disseminada a partir do nordeste da Escócia. A iguaria passa a estar presente cada vez mais frequência no prato de exigentes e carnívoros consumidores.

O programa de melhoramento genético implantado pelo pecuarista faz a diferença na qualidade da carne. “Começamos em 2011 com a transferência de embriões e evoluímos para um mercado dedicado a oferecer carne de qualidade no mercado”, conta Agassiz, enquanto caminha entre os 14 piquetes montados em sistema de semiconfinamento. Todos os animais ficam em baias e são alimentados diariamente com silagem de milho, armazenada pelo sistema de silagem entubada. Por ano, o rebanho da fazenda consome o equivalente a 2.500 toneladas de silagem.

O empreendimento encerou 2019 com uma média mensal de abate de 20 cabeças de gado. “Nosso projeto é chegar em pouco tempo a 600 cabeças de gado abatidas por ano”. Enquanto isso, o e-commerce se agiganta, rompe fronteiras e segue cada vez mais longe.

Sistema de silagem entubada, que garante a alimentação dos animais | Foto: Vandré Dubiela

 

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