Santos Dumont: “Não troco aqui por nada!”

Alberto Santos Dumont, em 1906, conseguiu o feito de levantar voo com o famoso 14-Bis, entrando para a história do transporte aéreo.

 Considerado o pai da aviação, Dumont dá nome ao bairro da região oeste de Cascavel, que cresceu ao lado da BR-277 e se tornou um dos polos industriais da cidade, sendo sede da primeira e única encarroçadora de ônibus do Paraná. Movimentado, o Santos Dumont recebe, diariamente, trabalhadores de diversos municípios, porém a infraestrutura viária não acompanhou o fluxo e as “turbulências” atrapalham o caminho diário da população.

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Segundo o vice-presidente do bairro, Agir Batista da Silva, quando chove a via marginal, da principal rodovia do estado, fica em uma situação complicada. “Eu trabalho no Núcleo Industrial, passo umas quatros vezes por dia pelos acessos, quando chove é bem complicado. A prefeitura vem e tapa os buracos, mas a chuva leva. Ainda temos vias sem asfalto na região das empresas. São pontos que precisam melhorar”, solicita.

O vereador Josué de Souza (MDB), que representa os moradores, concorda. “Estamos com problemas na marginal. A cada chuva surgem novos buracos e os que são tapados não resistem. A região pede uma obra mais duradoura para sanar de vez o problema”. O legislador promete ajudar com a situação do Núcleo Industrial. “Os acessos precisam ser melhorados. Estou lutando para a construção de um viaduto próximo ao núcleo e pela melhora da situação do asfalto da via marginal junto ao poder Executivo”, afirma Josué.

“Precisamos de um parque”

 Moradora há 35 anos do Santos Dumont, a dona de casa Alice Macedo destaca problemas, como o lixo jogado de forma inadequada. “O mato está muito alto, os bichos vêm para as nossas casas, precisamos de mais fiscalização. Vendo essa situação toda o povo aproveita e joga lixo na mata, aumentando ainda mais os riscos de insetos e outros problemas”, diz.

“Toda essa área deveria se tornar um parque, um local para a comunidade poder ir aos domingos, no fim da tarde, para relaxar com a família e amigos. Seria muito bom para a população”, solicita Alice. “Eu gosto de morar no Santos Dumont. É um bairro bem familiar, todos se conhecem, ajudam uns aos outros e cuidamos de tudo”, comenta. A dona de casa lembra de pontos de atenção. “Precisamos que a prefeitura dê uma boa caprichada na iluminação pública. Na frente da minha casa mesmo, tem tempos que está sem luz”, conta.

“Os últimos três anos foram os melhores do bairro”

O vice-presidente do Santos Dumont, Agir Batista da Silva, que mora há 37 anos no local, elenca as melhorias que o bairro recebeu nos últimos três anos, considerados os melhores por ele. “Ganhamos o primeiro Centro de Eventos Comunitário de Cascavel; a Capela Mortuária, que era um desejo da comunidade; ainda a rede de esgoto chegou ao bairro e a Unidade de Saúde foi reformada. Vejo uma grande melhora na infraestrutura do Santos Dumont”, comemora.

“Os moradores estão muito envolvidos com as questões do bairro, na área de segurança temos o ‘Vizinho Solidário’, onde um cuida da casa do outro e falamos das movimentações estranhas. É algo que gostamos muito, a comunidade é bem tranquila”, descreve. “No transporte público só temos a agradecer. Depois que o Terminal Sudoeste saiu, ajudou. As viagens são mais frequentes e curtas, melhorando a qualidade. O Núcleo Industrial também está bem atendido, ajudando os trabalhadores que vão de ônibus”, comenta, Agir, sobre a mobilidade. 

“Na época que eu cheguei no Santos Dumont, ninguém dava nada pelo bairro, mas veja hoje o que se tornou: um local excelente para se morar, não troco aqui por nada! Muitos loteamentos surgiram e expandiram o bairro, a tendência é crescer ainda mais”, projeta.

Agir lembra de questões que precisam de solução. “Necessitamos que a iluminação pública melhore, também de operações para melhorar o asfalto e as bocas de lobo. Na rua Martin Fardoski, é necessária uma lombada próxima ao Centro de Eventos, devido ao fluxo de crianças, para evitar atropelamentos”, solicita.

Vereador Josué: “A segurança precisa melhorar” 

O vereador Josué de Souza (MDB) recorda do furto da USF (Unidade de Saúde da Família), que ocorreu em 13 de novembro. “O que eu vejo que precisa melhorar é a segurança, tivemos recentemente essa ação criminosa, que deixou um prejuízo na casa dos R$ 50 mil entre materiais, a fiação e vacinas, por exemplo, que se perdem sem refrigeração. O posto ficou fechado, deixando a população sem atendimento. Essa é uma área que precisa de mais cuidado na região”.

Josué discorre sobre as melhorias que estão por vir no Santos Dumont. “Um dos papéis do vereador é reivindicar os pedidos da população junto ao poder Executivo e cobrar. Temos conseguido a realização de obras importantes. O próximo passo é a instalação da iluminação pública toda em LED”. Segundo ele, nesta semana o serviço deveria ser iniciado.

Sobre a solicitação da dona de casa, Alice Macedo, o vereador explica que tem planos, junto a pasta do Meio Ambiente. “Temos uma ampla área de preservação no Santos Dumont. Ano que vem, 2024, vou destinar uma emenda parlamentar para a construção de um miniparque ambiental para melhorar a convivência dos moradores. O local deve ser de total preservação, com áreas de caminhada, de exercícios e com toda a estrutura necessária”, promete.

“As lideranças comunitárias são muito participativas no desenvolvimento do bairro. Conquistamos, juntos, grandes feitos como o primeiro Centro de Eventos Comunitário de Cascavel integrado com campo de grama sintética, academia da terceira idade e parquinho ao ar livre”, diz Josué que vive a rotina do bairro há 36 anos. “Moro no Santo Onofre, porém minha mãe está aqui, então sou muito ligado à comunidade. Nos últimos sete anos houve uma grande evolução no bairro, me empenho muito no mandato para fazer a transformação da região Oeste, sempre com o apoio do Executivo, pois sem o prefeito não fazemos nada”, conta.

O que diz a Prefeitura

A Transitar (Autarquia Municipal de Mobilidade, Trânsito e Cidadania), sobre projetos para melhorar o tráfego do Núcleo Industrial, informou que o local é fechado, neste caso alterações internas devem ser adotadas pelo próprio núcleo. Em relação a lombada da rua Martin Fardoski, a autarquia comunicou que já foi feita a marcação do local e foram instaladas as placas em frente ao Centro Comunitário. A Secretaria de Obras fará a execução.

A Secretaria de Saúde informou que a USF do Santos Dumont voltou a ser fechada por conta de um novo furto de fios. O atendimento foi remanejado para a USF Santo Onofre. Segundo a pasta, as equipes estão trabalhando para restabelecer o serviço o mais rápido possível. A Secretaria de Segurança Pública e Proteção à Comunidade repassou que já está em contato com a Secretaria de Saúde para que, em conjunto, realizem um estudo orçamentário para a instalação de câmeras e alarmes nas unidades que ainda não possuem esse sistema.

A pasta ressaltou que está intensificando as rondas no local, através do patrulhamento da Guarda Municipal, para coibir novas ações criminosas e garantir a segurança do patrimônio público e dos profissionais de saúde. Conforme a secretaria, a Guarda Municipal e a Guarda Civil Patrimonial realizam patrulhamento em todo o território da cidade, passando pelos próprios municipais, em períodos diurnos e noturnos, e que, quando se deparam com flagrante delito, encaminham ao Delegado de Polícia para os demais procedimentos. A pasta solicitou a colaboração da comunidade para que denuncie qualquer movimentação suspeita nas proximidades da USF, através do telefone 153.

A Secretaria de Meio Ambiente afirmou que programou uma limpeza do passeio público, na rua Martin Fardoski com Quatorze Bis, na área de preservação ambiental. O caminho para coibir, seguindo a orientação da pasta, é a população denunciar o descarte irregular de lixo doméstico e entulho por meio do 156 (Ouvidoria) ou 153 (Patrulha Ambiental) para que haja o flagrante dos responsáveis. Sobre um mini parque no local, mencionado pelo vereador Josué, a secretaria diz não ter nenhum projeto no momento.

A Prefeitura de Cascavel não respondeu em relação às vias sem asfalto, aos problemas de marginal da BR-277, também não deu retorno sobre o excesso de buracos e o acúmulo de água nas ruas do bairro e ainda não falou em relação ao programa de instalação das luminárias em LED.

Errata

Com relação a reportagem publicada na última semana, sobre o bairro 14 de Novembro, onde colocamos que os recursos estavam garantidos para todo o projeto da Rota Sul, que compreende 12 km, a informação está errada. O vereador Sadi Kisiel explica que “já existem verbas para a ponte do rio Quati e um trecho da Avenida das Torres até o Guarujá. O projeto como um todo está em finalização e necessita de captação de recursos para a completa execução”. Pelo erro, o Preto no Branco pede desculpas aos leitores.