Às margens do rio Quati, no bairro 14 de Novembro, com uma cachoeira tranquila, e a poucos minutos do centro de Cascavel vivem Saulo e Erenilda, casados há oito anos. Na chácara de 30 mil metros quadrados, que é da família de Saulo Augusto Borchart, vivem todos em um espaço único no meio da cidade. “Minha família é pioneira, meu avô chegou em Cascavel no ano de 1959. Eu cresci convivendo nesse ambiente familiar, hoje fiz da chácara minha casa. São 37 anos de história. É indescritível morar em meio a natureza em um espaço tão aconchegante e encantador”, diz o orientador técnico esportivo.
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Ele e a esposa Erenilda Carvalho cuidam do trecho do rio Quati que passa pela propriedade. “Mantemos da melhor forma possível. Temos um carinho muito especial. Toda a família ajuda”, diz a professora. Saulo lembra da evolução do 14 de Novembro. “Eu vi esse bairro passar por muitas fases. Nos últimos 10 anos o crescimento foi exponencial. Tenho orgulho de viver aqui”, afirma.

“Maior problema é a saúde”, diz presidente do bairro
O presidente do 14 de Novembro é o advogado Antenor Marcos Mateus, que reside na comunidade há 25 anos. “Nosso maior problema é a saúde. São 12 mil pessoas, entre o 14, Jardim Quebec e Montreal e a unidade é muito pequena, não comporta mais a capacidade necessária. Hoje, conforme a lei, deveria ter três equipes de saúde da família, mas temos apenas duas. Sem contar que o posto de saúde está sem dentista. Este segmento está bem precário no nosso bairro”, revela.

Árvores com risco de queda preocupam moradores
Na rua Vitorino Araújo, o que preocupa a população é o risco de queda de inúmeros eucaliptos, que estão às margens da via. “É uma situação bem alarmante, precisamos de uma solução imediata. Temos muito medo de uma árvore cair e deixar vítimas, além de todo o prejuízo financeiro”, coloca o presidente do bairro.
Inês Aparecida Cesário fala sobre o risco das árvores. “Todos os moradores estão com muito medo. Tentamos de tudo, mas sempre sem solução. Precisamos de uma resposta. É a nossa vida que está em risco, além do nosso patrimônio construído com tanto esforço”, comenta, preocupada, a massagista que mora no bairro desde 1990. “A prefeitura precisa dar solução”, pede o vigilante Cláudio Orlandini.

Kisiel: “Rota Sul vai desafogar o trânsito da região”
O vereador Sadi Kisiel (Podemos), mora há 43 anos no 14 de Novembro e garante que atende a comunidade. “A todo momento recebo os moradores com sugestões para a cidade. São inúmeras demandas, desde podas de árvores, buracos de ruas até a iluminação pública e asfalto. Tenho conseguido ajudar como posso, com o apoio do poder Executivo. Estou aberto para a população, essa é a função do vereador: ouvir o cidadão”, afirma.
O presidente do bairro, Antenor Marcos Mateus, cobra soluções referentes à mobilidade, que é difícil no 14 de Novembro. “As filas na entrada do viaduto da Petrocon passam de 800 metros. Tem dias que a espera para atravessar chega aos 30 minutos. Uma situação lamentável”, conta.
Kisiel responde a questão afirmando que uma das principais bandeiras para o bairro e a região Sul de Cascavel é justamente essa. O legislador concorda que a população sofre com o trânsito, citando o exemplo da ponte do rio Quati, onde passa a rua Souza Naves Sul, que é inundada durante as chuvas, prejudicando o tráfego local. “Precisamos urgentemente de novas entradas e saídas para o 14 de Novembro e adequação das existentes. Eu e os moradores estamos na expectativa com os projetos da Rota Sul e também da adequação da ponte”, diz.
O projeto a que o vereador se refere, é a ligação do Santa Felicidade ao Guarujá por meio do 14 de Novembro, contemplando 12 quilômetros, por meio de vias estratégicas visando a melhora do fluxo e a diminuição do tempo de deslocamento da região Sul. Segundo Kisiel, essa obra e a da ponte do rio Quati estão garantidas por meio de recursos do Banco de Desenvolvimento do Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata). “Só falta licitar! Assim que a empresa designada para criar os projetos finalizar os trabalhos, o Município poderá abrir o processo para escolha das construtoras que assumirão essas importantes obras. É só uma questão de tempo”, confirma. “O prefeito Paranhos sempre esteve ciente dos problemas do bairro, desde o início da gestão. Tenho conseguido apoio e prova disso são essas obras de mobilidade”, comenta Kisiel.

Futuro do transporte público
Seguindo no segmento de mobilidade, a nova concessão do transporte público urbano de Cascavel está chegando e o vereador Sadi Kisiel espera que a qualidade prometida seja sentida pela população do 14 de Novembro. “Estamos ansiosos. Os ônibus elétricos e a promessa de veículos maiores e mais confortáveis foram bem vistas pela sociedade. Espero que o número de passageiros aumente e que o nosso bairro seja contemplado com melhorias, pois a comunidade merece ser bem tratada”, deseja.

Projeto social
A artesã Miucha Bussolaro Mostacio é uma das pessoas que promove um projeto social com as crianças do bairro. “É muito importante esse contato, desenvolvemos atividades educativas e proporcionamos bons momentos. Fico bem feliz em participar de iniciativas como essa, que beneficiam a população”, diz.

Bom lugar para se viver
O presidente do 14 de Novembro, Antenor Marcos Mateus, lembra dos pontos positivos do bairro. “Graças a Deus temos um bom CMEI e uma ótima Escola Municipal e praticamente todo o bairro já está asfaltado”. Apesar dos problemas, Antenor destaca que o 14 é um local muito bom para se viver, sendo aconchegante e acolhedor. “Nosso povo é trabalhador, a comunidade cuida muito bem do bairro, todos gostam de morar aqui. Existem questões que precisam ser melhoradas, assim como em outras regiões da cidade”, comenta. A massagista Inês Aparecida Cesário e o vigilante Cláudio Orlandini definem o 14 de Novembro como uma comunidade ótima para se viver. “Não troco aqui por nada”, diz Cláudio.

Respostas
Sobre a Rota Sul, a Prefeitura de Cascavel informou que no primeiro semestre, conforme planejamento, foi realizada a pintura das vias que compõem a rota, com exceção da travessia do 14 de Novembro para o Santa Felicidade que dependia de uma série de ações. Segundo o Município, o próximo passo é, até o fim do ano, cumprir a transposição de um bairro para o outro. A Copel já autorizou o projeto da via e da ponte que vai ligar os dois bairros. Agora, o IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel) irá fazer o projeto da rua. Com o objeto, será feito o orçamento para buscar os recursos. Sobre a obra da ponte do rio Quati, na rua Souza Naves Sul, não houve retorno até o fechamento da reportagem.
Já em relação a USF do bairro, a Secretaria de Saúde afirma que a unidade dispõe, sim, de dentista e de auxiliar de saúde bucal 40h semanais. A pasta ainda repassou que será feita uma pequena reforma no local. Ainda segundo a secretaria, um novo posto de saúde já está com previsão para ser construído. Datas não foram informadas.
O questionamento dos moradores da rua Vitorino Araújo foi respondido pela Secretaria de Meio Ambiente, que comunicou que já foi realizada a poda de diversos eucaliptos que apresentavam maior risco.
Fonte: Silvio Matos
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