A viabilidade da realização das Eleições 2020 por causa da pandemia de coronavírus é o assunto do momento no meio político. A disputa está marcada para outubro, mas a falta de perspectiva de quando a crise se encerrará preocupa a todos os envolvidos, que já discutem os cenários para o caso de não ser possível a população ir às urnas neste ano.
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Se não for possível realizar o pleito no calendário previsto, entre as alternativas cogitadas nos bastidores estão postergar as eleições até dezembro, unificá-las com as disputas de 2022 mantendo os atuais prefeitos e vereadores por mais dois anos ou adiá-las sem prorrogar os atuais mandatos.
Neste último cenário, a linha sucessória prevê que o juiz responsável pela comarca da cidade assuma a administração local provisoriamente em caso de ausências de prefeito, do vice e do presidente de Câmara Municipal.
Propostas para alterar a data das Eleições 2020 por causa do novo coronavírus já foram protocoladas no Congresso. A cúpula do Legislativo, porém, só pretende abrir algum debate a respeito em meados de maio ou junho. Cabe ao Legislativo alterar a Constituição.
Preto no Branco entrou em contato com vários presidentes de partidos políticos da cidade de Cascavel para saber o que pensam a respeito do tema aqui na base política de cada um. A maioria respondeu às questões. O prefeito Leonaldo Paranhos, presidente do PSC também foi inquirido, mas não se manifestou.
Questionamos como o partido vê a questão eleitoral em meio à esta situação do coronavírus e se há clima para a eleição em outubro?
Também perguntamos se a situação do coronavírus persistir por mais meses e não for adiada a eleição, como será o processo? A começar pelas convenções que precisam acontecer até agosto. E a campanha sem reuniões, sem apertos de mão? E o pleito, sem aglomeração nas seções eleitorais, será possível?
Por último, questionamos sobre qual seria a melhor alternativa caso realmente não seja possível realizar a eleição em outubro: 1) Postergar as eleições até dezembro? 2) Unificá-las com as disputas de 2022; e 3) Realizar as eleições no início do ano que vem, mas sem prorrogar os atuais mandatos.
De um modo geral as lideranças locais acreditam que as eleições poderão acontecer em outubro e, caso isso não seja possível, que sejam adiadas para dezembro ou início do próximo ano. A maioria não acredita na possibilidade de unificação do pleito em 2022.
Paulo Porsch
Presidente do PSL
O PSL Cascavel vê o quadro na expectativa de que haja melhora na situação, redução dos casos como parece já haver e que a população faça sua parte na prevenção. Entendemos que as eleições de outubro são um fato consumado e o próprio TSE tem sinalizado neste sentido. Não existe condições para prorrogação de mandatos e tampouco para juízes assumirem as prefeituras a partir de janeiro, como pregam alguns.
Mas, se não houver evolução no quadro, o que não acreditamos, de fato o processo eleitoral de 2020 será único na história. As convenções partidárias ficarão marcadas pelo esvaziamento o que pode provocar decisões tomadas pelas próprias executivas, como encaminhamento de apoio para candidatos a prefeito.
Quanto à campanha seria igualmente uma campanha diferente, fria, sem contato pessoal entre candidatos e eleitores. E não havendo evolução até outubro do quadro do vírus, de fato as eleições poderão ser marcadas por muita ausência de eleitores. Mas, reitero, temos uma visão positiva de que até as eleições as coisas melhorem, até mesmo com a existência de vacinas anti coronavírus.
Todas as alternativas de mudar as eleições são difíceis. Acredito que a menos ruim seria prorrogar as eleições para dezembro ou até o início do próximo ano, o que faria com que as prefeituras fossem assumidas, por algum tempo, pelos juízes das zonas eleitorais, o que agravaria o quadro da própria justiça, já abarrotada de processos. Unificar as eleições implicaria em estender os atuais mandatos, algo fora de cogitação até mesmo pelo Congresso Nacional. Reitero que acreditamos que em breve teremos uma solução para a crise e saíremos desta situação para voltar à normalidade, não só para o processo político-eleitoral como para a vida econômica e social.
Glades Helena Rossi
Presidente do PT
Não devemos desperdiçar tempo com eleição agora. A prioridade total do PT são as ações solidárias de apoio à população que está sem renda, como também aprovar leis no Congresso que garantam apoio aos municípios e estados, e às empresas para preservar empregos.
É difícil prever agora como ficará o cenário eleitoral. Temos que trabalhar para superar rápido a covid-19 e a eleição poderá transcorrer normalmente. Avaliamos que temos condições de usar os recursos de internet para as convenções partidárias. As campanhas já mudaram muito nesses últimos anos. Temos que nos preparar para as mudanças. O modelo mais tradicional está sendo rejeitado pela população. O uso da internet será a ferramenta indisponível daqui pra frente.
Mas, a pior coisa que poderia acontecer é prorrogar os mandatos. Não podemos tirar do povo o direito de escolher seu destino. A possibilidade de adiamento é compreensível, para dezembro ou janeiro de 2021. Mas prorrogar mandatos, o partido é contra.
Plínio Destro
Presidente do Podemos
Conversei com os dois senadores do Paraná (Álvaro Dias e Oriovisto Guimarães) sobre o assunto. Eles também estão esperando a situação do coronavírus se resolver.
Caso a situação não se resolva tão cedo, as possibilidades são estas mesmo, de adiar as eleições para mais tarde ou unificá-las com as disputas de 2022.
Eu particularmente acho que não temos clima e nem condições de fazer qualquer movimento pra realizar convenções partidárias. Por enquanto, o melhor que podemos fazer e aguardar alguma novidade que possa aparecer neste cenário envolvendo a pandemia.
Geovani Santin
Presidente do Pros
Será difícil cancelar as eleições, pois depende de nova lei que teria que ser apresentada para o Congresso aprovar um ano antes. Também tem a questão do fundo partidário que a maioria dos partidos não quer perder. Se não tem eleição não tem fundo partidário.
A eleição pode ser prorrogada, porém terá que ser feita em 2020. Nós teremos que nos adaptar na nova maneira de viver. As convenções irão acontecer, porém temos que nos prevenir, mantendo a distância um dos outros, usando máscaras e álcool gel. Infelizmente tudo isso terá que fazer parte de nossa vida até essa pandemia passar. Vamos ter que nos adaptar usando os recursos tecnológicos.
Se tivéssemos um presidente coerente, quando começou essa pandemia deveria ter chamado o Congresso, o Judiciário e pactuado várias questões. Esse presidente, ao invés de ser líder, está inflamando o povo brasileiro, jogando uns contra os outros e a situação está se agravado a cada dia.
Eu particularmente gostaria que adiasse a eleição e o fundo partidário fosse revertido ao combate dessa pandemia. Quem irá sofrer e morrer são os cidadãos mais pobres de nosso país.
André Bueno
Presidente do PSDB
O coronavírus pegou todos de surpresa, muitas coisas mudaram. Porém, acreditamos que até o mês de outubro a situação estará normalizada e acreditamos que, mesmo com alguma dificuldade no período pré-eleitoral, ainda será a melhor data para as eleições.
É claro que as convenções e até mesmo o processo eleitoral só poderão acontecer a partir dessa situação normalizada, e a curva do contágio da Covid-19 estar muito pequena.
Caso não seja possível a realização do pleito em outubro, a melhor opção será que as eleições ocorram dentro deste mesmo ano, com prorrogação para dezembro.
Marcos Vinicius
Presidente do PSB
Acredito que a eleição deveria ser adiada. Todos os recursos do Fundo Eleitoral deveriam ser canalizados para a Saúde.
Se não houver uma prorrogação dos prazos, tanto o processo democrático das eleições quanto o combate ao coronavírus através do isolamento seletivo, serão muito prejudicados.
Na minha opinião, as eleições deveriam ser unificadas em 2022. Isto reduziria custos e, nestes dois anos o foco é restabelecer a saúde de nossa economia com o restabelecimento do emprego e da melhoria da condição de vida de todos os brasileiros.
Nelsinho Padovani
Presidente do PTB
O pleito é importantíssimo em datas diferentes. Eleição municipal é aquela que se discute a vida do cidadão no município que vive. E a eleição para presidente e governadores se discute a organização da federação. Torcemos para essa pandemia passe logo, que seja controlada até final de maio. Se isso ocorrer poderá haver o pleito.
Deve prorrogar primeiro turno para o dia 15 de novembro e segundo turno para 6 de dezembro. As convenções se prorrogam mais 15 a 30 dias.
Se a pandemia não for controlada até junho, sou a favor de prorrogar os mandatos para 2022. Todos os esforços e recurvos têm de ser utilizados na saúde. O coronavírus irá passar, o Brasil não passará.
Marcio Pacheco
Presidente do PDT
Estamos vivendo um contexto extraordinário e atípico, mas estamos nos organizando como partido em toda a região, encaminhando filiações dos pré-candidatos. Não podemos ficar aguardando o encaminhamento da Justiça Eleitoral para isso. Aconteça o que acontecer, o partido precisa estar preparado, independente de quando as eleições forem realizadas.
Se o processo for mantido como está, em meio a essa nova realidade de cuidados com o coronavírus, vai ser uma campanha realmente estranha. Teremos que encontrar alternativas para realizar a campanha dentro das limitações e restrições que o momento exige. Vamos ter que abrir mão do aperto de mão, do abraço, mas temos que seguir as orientações dos organismos de saúde, de cautela e prudência.
Mas, caso o problema da pandemia não normalize em breve, e as eleições não puderem acontecer na data prevista, seria bastante razoável que o calendário seja alterado. Mas, acredito que não deve avançar a ideia de postergar os mandatos por mais dois anos para unificar as eleições. Este já é um assunto bastante debatido em outros momentos e tem restrições na própria Justiça Eleitoral, pois enfraqueceria até mesmo a fiscalização em função do grande número de candidatos que isso envolveria e a complexidade de uma eleição para tantos cargos. Acho muito improvável que esta alternativa prospere.
Se não for mantido o calendário atual, a alternativa que eu acho que deve prosperar é adiar um pouco a data.
Renato Silva
Presidente do Republicanos
A sociedade está insegura e tudo pode acontecer. Não é a nossa opinião vai mudar. É algo complexo. A eleição está marcada e não teria nenhum problema em prorrogar o pleito em alguns dias. Mas, os candidatos que se apresentem e o povo, se quiser votar, vai votar. Se não quiser, não vá.
É possível fazer as convenções sim. Tem prazos para cumprir e uma forma precisa ser encontrada. Quanto ao corpo a corpo da campanha, cada um que apresente suas propostas e deixe o povo escolher. Como dirigente partidário, não vejo nenhum problema para realizar uma campanha assim.
Se for necessário alterar o calendário, que se adie até dezembro. A questão de conciliar, já foi feito uma vez e não deu certo. Não vejo que tem clima para isso. Prorrogar até dezembro seria possível, caso contrário deixa acontecer.
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