Você já sentiu medo da viagem de férias?

No centro do Rio de Janeiro

Era uma segunda-feira de manhã quando arrumamos as malas, colocando nelas nossas incertezas sobre a decisão de viajar nesse ano de pandemia.

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O destino era conhecido: Rio de Janeiro, mas o que encontraríamos lá era uma incógnita. A dúvida sobre adiar mais uma vez as férias de 2020 levamos na bagagem, dividindo espaço com seis máscaras, produtos de higiene reforçados e um tubo de álcool em gel.

Viajamos em dois. As sinalizações de distanciamento social estavam em todos os aeroportos. Sem perceber, às vezes até nós nos distanciávamos na fila de embarque, depois lembrávamos que somos um casal e estávamos juntos.

Uma voz feminina gravada nos informava que todo o ar interno das aeronaves era renovado a cada três minutos; e que o uso de máscara era obrigatório a todos durante todo o voo. Distribuíram aos tripulantes lenços umedecidos com gel antisséptico. O serviço de bordo se limitou a servir água (sem consumo de alimentos).

Todos esses cuidados foram nos transmitindo segurança. O Uber que nos recepcionou na cidade de destino explicou da proibição de fechar os vidros do carro para ligar o ar-condicionado. Assim, a ventilação vinha de fora do veículo, conforme a velocidade que ele andava pela Linha Vermelha.

No hotel, havia uma enxurrada de motociclistas do Ifood e Rappi entregando lanches aos hóspedes – deduzimos que muitos deles estavam evitando jantar em ambiente público ou coletivo.

No dia seguinte, decidimos realizar exclusivamente passeios ao ar livre. Nunca antes nesse país vimos tantas pessoas mascaradas andando pelas ruas. Que alívio, sinal de consciência sobre os riscos.

A escolha de ir viajar em dias úteis também foi estratégica, pois havia um número menor de pessoas nos locais turísticos. Assim, levamos nosso tubo de álcool em gel para passear em Copacabana, Ipanema, Lapa, Botafogo e Lagoa Rodrigo de Freitas.

O Rio normal de atrativos tão badalados de outrora deu lugar a orlas livres para caminhada, trilha no parque da Catacumba, vista da lagoa, garça, tartaruga… Mais uma vez nos apaixonamos!

Talvez o novo normal tenha nos afastado um pouco das pessoas, mas nos aproximou mais das belezas naturais, culturais e históricas.

Sempre nos perguntam sobre o medo de sofrer algum tipo de violência no Rio de Janeiro. Vimos muito mais viaturas policiais lá em cinco dias do que aqui em Cascavel em um ano (guardadas as proporções).

Os únicos momentos de apreensão foram ocasionais quando moradores de rua vinham em nossa direção sem máscara para pedir dinheiro. Mas era mais medo do coronavírus do que de um possível assalto. Por isso, nos afastávamos imediatamente.

O desconforto de estar sempre com a boca coberta foi suplantado por estar o tempo todo de olhos bem abertos: o Rio de Janeiro continua lindo!

O tubo de álcool voltou vazio e nós voltamos cheios de energia e felizes por constatar que, com cuidados redobrados e muita responsabilidade, foi possível superar o inédito medo da viagem de férias.

Sucesso a todos!

* A autora é jornalista e investidora. 

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